O Egito chegou ao topo da lista de maiores clientes da indústria militar da França, graças a um pedido de trinta jatos combatentes Rafale, no ano fiscal de 2021, confirmou um relatório anual do parlamento divulgado nesta terça-feira (27).
O documento foi publicado pela revista Challenges.
A aproximação entre o regime militar norte-africano e a república europeia também tornou o Oriente Médio o maior importador de armas francesas no ano passado.
Em 2021, o Egito solicitou a aquisição de armas francesas estimadas em €4.5 bilhões (US$4.5 bilhões), seguido por Grécia (€2 bilhões), Croácia (€971 milhões), Índia (€492 milhões) e Arábia Saudita (€381 milhões).
As exportações militares da França dobraram em 2021 e chegaram ao índice de €11.7 bilhões, dentre os quais, ao menos €5.2 bilhões em armas enviadas a países do Oriente Médio – ou 44% das vendas de Paris.
As exportações à Europa – para onde o governo francês busca redirecionar suas atividades – contabilizaram 38% dos pedidos, no mesmo período, equivalente a €3.9 bilhões.
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O Ministro das Forças Armadas Sébastien Lecornu escreveu no prefácio do relatório que, com pedidos estimados em €11.7 bilhões, a indústria francesa “registrou seu terceiro maior índice em exportações de armas”. Segundo o ministro, o ano corrente terá resultados similares.
Neste ano, a França firmou um ostentoso contrato com os Emirados Árabes Unidos (EAU), para vender 80 jatos Rafale ao regime do Golfo. Atenas também adquiriu seis aeronaves do mesmo modelo, além de três fragatas de uso militar.
O documento confirmou que o “aumento das tensões geopolíticas e a crise na Ucrânia devem contribuir para manter os altos gastos militares da Europa, conforme demandas de segurança”. Segundo o texto, países como Alemanha, Dinamarca, Polônia e Noruega anunciaram expandir seu orçamento de defesa.
Os números de 2021 colocam a França como terceiro maior exportador de itens militares do mundo, após Estados Unidos e Rússia.