Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ataques iranianos contra ‘dissidentes’ no Iraque matam treze

Ataques iranianos no distrito de Koy Sanjaq de Erbil, no Curdistão iraquiano, em 28 de setembro de 2022. [Ahsan Mohammed Ahmed/Agência Anadolu]

A Guarda Revolucionária do Irã – unidade de elite das Forças Armadas – reportou nesta quarta-feira (28) que mísseis e drones foram disparados contra “alvos militantes” no território vizinho do Curdistão iraquiano. Treze pessoas foram mortas, segundo a agência Reuters.

Os ataques foram confirmados após Teerã acusar dissidentes curdo-iranianos de promover o levante que assola a república islâmica, sobretudo na região noroeste, onde vive a maioria dos dez milhões de curdos radicados no país.

Treze pessoas foram mortas e 58 feridas nos ataques perto de Erbil e Sulaimaniya, no Curdistão iraquiano, declarou a imprensa local ao citar os serviços curdos de contraterrorismo.

Conforme fontes curdo-iraquianas, drones armados atingiram ao menos dez bases atribuídas a grupos iranianos perto de Sulaimaniya, na manhã de quarta-feira. No entanto, não há detalhes sobre eventuais baixas.

Neste mesmo contexto, o Comando Central do Exército dos Estados Unidos reportou abater um drone iraniano ainda ontem, também a caminho de Erbil, ao alegar ameaça a tropas americanas ainda posicionadas na região.

“Nenhum soldado americano foi morto ou ferido como resultado dos ataques e não há danos a nossos equipamentos”, destacou o Comando Central em comunicado.

Um membro do Komala – partido oposicionista curdo-iraniano, exilado no Iraque – confirmou à Reuters que escritórios do grupo foram atingidos.

Tariq Haidari, prefeito de Koye, no Curdistão iraquiano, observou que duas pessoas – entre as quais, uma mulher grávida – foram mortas na cidade, além de doze feridos. Alguns dos feridos foram transferidos às pressas a um hospital de Erbil, em estado grave.

A Guarda Revolucionária do Irã insistiu que os ataques contra “terroristas” radicados na região devem prosseguir nos próximos dias.

“Esta operação continuará com nossa plena determinação até que a ameaça seja efetivamente repelida, bases terroristas sejam desmanteladas e autoridades curdas assumam seus deveres”, advertiu as forças iranianas em nota divulgada pela televisão estatal.

O Ministério de Relações Exteriores do Iraque condenou os ataques. Em nota, um porta-voz da pasta corroborou a convocação do embaixador iraniano para expressar o repúdio de Bagdá à ofensiva em curso, ao descrevê-la como violação da soberania iraquiana.

Protestos eclodiram no Irã na semana passada, após a morte de Mahsa Amini em custódia da polícia de costumes. Autoridades alegam que a jovem de 22 anos adoeceu na cadeia; seu pai, no entanto, denuncia sinais de tortura.

Amini, natural de Saqez, no Curdistão iraniano, foi presa em 13 de setembro na capital Teerã, sob pretexto de “vestir-se inadequadamente”, em alusão ao rigoroso uso do hijab – ou véu islâmico. Três dias depois, Amini faleceu em um hospital após entrar em coma.

Os protestos subsequentes representam a primeira demonstração de oposição de massa ao regime iraniano desde 2019, quando as autoridades esmagaram manifestações contra a carestia de combustíveis no país.

LEIA: Parlamento do Irã divide-se sobre repressão a protestos

Categorias
Ásia & AméricasEstados UnidosIrãIraqueNotíciaOriente Médio
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments