A coalizão do governo alemão aprovou novos acordos de exportação de armas à Arábia Saudita, apesar da proibição imposta devido à intervenção militar da monarquia no Iêmen.
Segundo o Deutsche Well, o Ministro da Economia e vice-chanceler Robert Habeck reportou em carta ao parlamento alemão (Bundestag) a admissão de uma série de acordos de exportação de armas por decreto do chanceler Olaf Scholz, às vésperas de sua viagem à Arábia Saudita.
As licenças de exportação são parte de um programa realizado junto de Reino Unido, Espanha e Itália, confirmou o documento.
Riad poderá adquirir equipamentos e munição para jatos Eurofighter e Tornado estimados em €36 milhões (US$35.2 milhões), segundo o Der Spiegel. O projeto fornecerá peças de reposição para aeronave Airbus A330 MRTT no valor de €2.8 milhões (US$2.73 milhões).
A decisão sucede críticas sauditas ao embargo, ao descrevê-lo como “sinal equivocadíssimo”.
O Ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita Faisal bin Farhan argumentou previamente que seu governo “precisa de armas para se defender dos ataques houthis lançados do território vizinho iemenita”.
A monarquia intervém no Iêmen desde 2015, para recapturar territórios em nome do governo aliado. No ano anterior, rebeldes houthis – ligados a Teerã – capturaram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa.
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“Não precisamos de armas para sermos agressivos, mas sim para proteger nosso povo e nosso país”, alegou bin Farhan. Segundo o ministro, a monarquia mantém cooperação duradoura com o lado alemão.
Em novembro de 2018, a então chanceler Angela Merkel suspendeu a venda de armas ao reino. Seu sucessor Olaf Scholz – com apoio dos partidos Social-democrata, Verde e Democrata Livre – prometeu manter o embargo.
O governo alemão permitiu, no entanto, algumas exceções à regra, com objetivo de beneficiar projetos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), sob os quais emitiu licenças de exportação militar à Arábia Saudita.