Na manhã de segunda-feira (3), autoridades israelenses demoliram todas as aldeias e estruturas da aldeia beduína de al-Araqeeb, no deserto do Negev, pela 207ª vez, com objetivo de expulsar das terras seus residentes nativos, reportou o Centro de Informações Palestino.
Segundo testemunhas locais, soldados israelenses e oficiais da Autoridade de Desenvolvimento Beduíno – responsável pela gestão colonial da área – invadiram a aldeia e desmantelaram todas as estruturas.
Dezenas de beduínos, incluindo crianças, se tornaram novamente desabrigados, sob condições severas do deserto, à medida que a comunidade árabe tenta reconstruir suas casas e tendas mais outra vez.
Residentes de al-Araqeeb vivem em constante pânico sob ameaça de destruição de suas casas a qualquer momento. Cerca de 22 famílias, estimadas em 110 pessoas, vivem em al-Araqeeb.
Em torno de 80 mil beduínos palestinos – que possuem cidadania israelense – vivem em diversas comunidades do Negev; no entanto, sem o devido acesso a serviços vitais, como água potável, eletricidade e instituições de ensino.
Al-Araqeeb foi demolida pela primeira vez em julho de 2010. Localizada no Negev, é uma das 51 aldeias árabes “não-reconhecidas” na área, constantemente alvejada por esforços para judaizar as terras – isto é, expulsar os habitantes nativos para dar lugar a colonos.
Sempre que os residentes reconstroem seus casebres e tendas, as forças da ocupação voltam a destruí-los – eventualmente, diversas vezes em um único mês. Os beduínos têm de pagar pelos tratores israelenses que destroem suas casas, árvores e mesmo caixas d’água.
Beduínos no Negev são sujeitos às mesmas leis que cidadãos judeus de Israel, pagam impostos, mas não desfrutam dos mesmos direitos e serviços, à medida que o estado sionista se recusa a conectar suas comunidades à rede nacional de infraestrutura.
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