Um dos livros mais lidos do mundo e um dos mais conhecidos da literatura árabe, O Profeta, do poeta libanês Khalil Gibran, ganha peça de teatro pela primeira vez no Brasil. Em curta temporada, o musical filosófico terá estreia no Teatro Bravos, em São Paulo, no dia 8 de outubro e vai até 16 de outubro, com sessões aos sábados e domingos às 20 horas. Os ingressos estão à venda pelo Sympla. O livro de Gibran completa 100 anos no ano que vem e já foi traduzido para mais de 100 idiomas.
O profeta Al Mustafa está prestes a embarcar em um navio para retornar à sua terra natal após um ciclo de doze anos de exílio na cidade de Orfphalese. No dia da partida, antes da chegada iminente de seu navio, os habitantes da pequena cidade pedem a ele que lhes fale sobre as questões fundamentais da condição humana. E assim, o profeta responde com reflexões que, na sua aparente simplicidade, revelam uma compreensão profunda da vida e do processo de existir.
A história da jornada turbulenta e incerta do homem pela vida, de Gibran, tem releitura filosófica por Lúcia Helena Galvão, interpretação de Sami Bordokan e participação especial de William Bordokan. A peça é dirigida por Luiz Antônio Rocha (indicado ao prêmio Shell 2019 pela montagem de Paulo Freire, O Andarilho da Utopia), um projeto de luz de Ricardo Fujii e cenário e figurinos do artista plástico uruguaio Eduardo Albini. A direção musical é assinada pela dupla Sami e Willian Bordokan.
Em doze ensaios poéticos, a história desafia o vazio e descortina a beleza das ideias sobre o que ocorre entre o nascimento e a morte. Temas profundos e atemporais como amor, dor, filhos, trabalho, tempo, liberdade, alegria, tristeza, morte, entre outros, são abordados com a ternura e a sabedoria que vêm do Oriente.
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No papel principal, o músico e cantor libanês Sami Bordokan conta essa história pelas cordas de seu alaúde. Sami é pesquisador de música árabe clássica e folclórica e faz releituras de temas tradicionais, em um trabalho de resgate de peças ancestrais. Seu estilo de tocar o alaúde e de cantar é único, reunindo influências diversas desde a música clássica árabe, o canto bizantino, o Sufismo, o flamenco e a música popular brasileira.
Assim, O Profeta apresenta uma variedade de sons e ritmos, utilizando instrumentos musicais ancestrais como o alaúde, a flauta nay, a rabab e a derbak, tocados pelo músico William Bordokan, além do místico canto oriental entonado pelo próprio ator em cena.
Para o diretor, a peça é uma história de rara beleza. “A força de suas parábolas, a poética musicalidade, a profundeza de seus conceitos são um bálsamo nos dias de hoje. O amor é o fio condutor da história e nos faz redescobrir o papel do coração”, declarou em nota o diretor Luiz Antônio Rocha.
“O profeta está enraizado na própria experiência do autor como um imigrante e serve de inspiração para qualquer um que se sinta à deriva em um mundo em fluxo. A vida e os pensamentos de Khalil Gibran se entrelaçam com as nossas vidas e compõem parte importante do que somos”, disse em nota a autora da peça, Lúcia Helena Galvão.
A estreia em São Paulo acontece no dia 8 de outubro, às 20h, no Teatro Bravos, localizado no Complexo Aché Cultural, entre as Avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais.
Publicado originalmente em Anba