Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27), a ser realizada no balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito, a organização Open Civic Space emitiu um apelo pela soltura de milhares de prisioneiros políticos sob custódia do regime militar do presidente Abdel Fattah el-Sisi.
Entre os prisioneiros, está Seif Fateen – professor e pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT).
Seif foi detido em novembro de 2018 e submetido a desaparecimento forçado por nove meses, período no qual sofreu tortura sob pretexto de filiação a um “grupo terrorista”. No presídio de al-Qanater, Seif carece agora de cuidados médicos adequados, a despeito de seu diagnóstico de hipertensão e doenças de pele, que desenvolveu na cadeia.
Ahead of #COP27, we call on #Egypt to release Seif Fateen arbitrarily detained since 2018. Fateen is a Professor of Environmental Engineering at Zewil University#FreeCivicSpace #FreeThemAll @copcivicspace https://t.co/XVs1Lh6hdi
— Rahma • رحمة (@rfateen) October 11, 2022
A cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorrerá entre 7 e 18 de novembro deste ano no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. Durante o evento, líderes globais devem debater questões urgentes relacionadas à crise ambiental.
Ativistas de direitos humanos recorreram à atenção conferida ao Egito como oportunidade para promover reformas. Dentre os grupos, está o Open Civic Space, entidade que exige do regime a soltura de todos aqueles detidos arbitrariamente.
LEIA: A Grande Fome está chegando: O mundo tem de preparar-se para ela
Na lista dos prisioneiros está a advogada Hoda Abdel Moneim, abduzida também em novembro de 2018. Na ocasião, forças de segurança invadiram e vandalizaram sua residência e vendaram e detiveram Moneim, que permaneceu desaparecida por 20 dias até ressurgir em um tribunal.
No último ano, sua família divulgou um comunicado para denunciar a proibição das autoridades de qualquer visita familiar ou de seus advogados.
Ahead of #COP27, we call on #Egypt to release Hoda Abdel Moneim, arbitrarily detained since 2018 due to her work as a human rights lawyer#FreeCivicSpace #FreeThemAll @jkbadawy
Read more👉: https://t.co/kpDWnAWs7t pic.twitter.com/bj2D4zmJhS— COP Civic Space (@copcivicspace) October 13, 2022
Ezzat Ghoneim, diretor executivo do Centro de Coordenação por Direitos e Liberdade do Egito, foi preso em março de 2018, sob alegações de “terrorismo”. Ativistas denunciam sua detenção e desaparecimento como medida retaliatória por seu trabalho em defesa de prisioneiros políticos submetidos ao arbítrio das cortes militares.
Ghoneim foi preso sob a acusação de filiar-se a um grupo clandestino e difundir “fake news”. As autoridades o submeteram a “detenção preventiva”, sem julgamento ou sequer visitas.
With the #COP27 approaching, let's demand #Egypt to release Ezzat Ghoneim, a human rights lawyer and executive director of the Egyptian Coordination for Rights and Freedoms.
Read more about his case 👉: https://t.co/V2SBEBReFo #FreeThemAll #FreeCivicSpace pic.twitter.com/ErKLNXpqp0
— COP Civic Space (@copcivicspace) October 4, 2022
O caso de Marwa Arafa também foi citado. Marwa era coordenadora da ong Free the Children, entidade beneficente com foco em menores apreendidos durante manifestações civis. Marwa denunciou violações contra os direitos da infância – sua filha, no entanto, tinha somente dois anos quando foi privada da convivência da mãe.
Ahead of #COP27, we call on #Egypt to release Marwa Arafa, a freelance translator and a mother of a 3-year-old girl. Marwa has been arbitrarily detained since 2020 due to her humanitarian work for detainees#FreeThemAll @HopeMarwaArafa4
Read more👉: https://t.co/TnQUwWg6cR pic.twitter.com/M2Kov59C98— COP Civic Space (@copcivicspace) October 3, 2022
Grupos de direitos humanos estimam que há atualmente cerca de 60 mil prisioneiros políticos no Egito – a maioria sob tortura e negligência médica.