A Arábia Saudita pressionou outros membros do cartel conhecido como OPEP+ – formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e produtores não-membros, incluindo a Rússia – a aprovar o corte na produção de insumos energéticos na última semana, destacou a Casa Branca nesta quinta-feira (13).
A acusação do governo de Joe Biden reflete uma escalada na guerra verbal entre as partes.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo John Kirby – porta-voz do Conselho de Segurança Nacional de Washington –, “mais de um” membro da OPEP divergiu de Riad sobre o corte na produção; contudo, foi coagido a votar favoravelmente. Kirby não identificou os países em questão, mas insistiu que falem por si.
Os Estados Unidos apresentaram à monarquia um estudo para demonstrar que não há base de mercado que justifique os cortes, antes da decisão deferida pela OPEP+. Os alertas americanos contradizem a alegação saudita de que os cortes são “meramente econômicos”.
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Os 13 membros da OPEP e seus aliados reduziram sua meta produtiva em dois milhões de barris por dia, a despeito da carência na oferta global. Especialistas alegam que os cortes, no entanto, serão restritos a metade do volume anunciado.
A decisão da OPEP+ foi adotada por conceito, sob pretexto de reaver o equilíbrio entre oferta e demanda e conter a volatilidade do mercado, reafirmou a chancelaria do reino em comunicado emitido nesta quinta-feira.
“O Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita pode tentar distorcer ou se esquivar do problema, mas os fatos são simples”, contestou Kirby. “Os cortes alimentarão os cofres da Rússia e reduzirão o impacto das sanções”.
Estados ocidentais tentam sancionar Moscou devido a sua invasão à Ucrânia, desde fevereiro. A Europa, contudo, sofre de uma crise energética às vésperas do inverno.
Kirby destacou que a perícia americana também comprovou que a decisão poderia aguardar o próximo encontro da OPEP – isto é, após as eleições legislativas de meio mandato, nos Estados Unidos, que podem determinar o futuro do governo democrata de Joe Biden.
Os cortes de produção representam o último sinal da degradação do relacionamento entre Riad e Washington desde a posse de Biden, em janeiro de 2021.
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