Forças israelenses atacaram cinco jornalistas da televisão palestina na noite desta segunda-feira (17), enquanto filmavam um evento cultural na aldeia de Deir Sharaf, nos arredores de Nablus, na Cisjordânia ocupada.
Conforme um correspondente da agência de notícias Wafa, o cinegrafista Moataz al-Sudani foi ferido no rosto por uma bomba de gás lacrimogêneo. Alguns repórteres sofreram hematomas e asfixia, após serem alvejados por soldados israelenses.
Os cinco membros da equipe – a serviço da Palestine TV – foram transferidos às pressas a um hospital próximo.
A Palestine TV é uma emissora local vinculada à Autoridade Palestina (AP). Soldados israelenses costumam suprimir atividades de mídia em geral, com foco particular no trabalho relacionado a gestão e autonomia nacional nas terras ocupadas de Jerusalém Oriental.
As tensões escalaram nos territórios ocupados nas últimas semanas. Jerusalém tornou-se outra vez epicentro de levantes populares e confrontos entre colonos extremistas de Israel e agentes espontâneos da resistência palestina.
Em um relatório publicado em agosto, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS) revelou que a ocupação israelense cometeu ao menos 479 violações contra profissionais de mídia somente no primeiro semestre de 2022. Dentre as violações, está prisão arbitrária de jornalistas e obstrução de cobertura – equivalente a 175 casos.
O PJS também registrou 80 casos de agressões físicas de forças da ocupação contra repórteres em campo e 65 ataques perpetrados por colonos ilegais. Conforme o relatório: “O aumento nos ataques contra jornalistas, sob escolta militar, é notável e crescente”.
A Palestine TV reafirmou que soldados israelenses costumam assediar e intimidar suas equipes, ao prender e interrogar violentamente trabalhadores de imprensa.
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