O grupo palestino da resistência armada conhecido como “Toca dos Leões” está entre os maiores desafios do estado israelense, afirmou na segunda-feira (17) Michael Milstein, chefe do Fórum de Estudos Palestinos do Centro Moshe Dayan para Estudos Africanos e do Oriente Médio.
Segundo relatos, o grupo foi fundado em agosto por ex-integrantes de diversas facções.
Milstein observou que a maioria dos militantes tem cerca de 20 anos. “Isso significa que não se lembram da Segunda Intifada [Al-Aqsa], como é o caso de seus pais”.
“Esses jovens foram protagonistas da ‘intifada das facas’ há sete anos”, destacou o pesquisador sionista. “Agora que estão mais velhos, seguiram adiante; portam armas e estabelecem células locais com base em seus contatos pessoais”.
Milstein notou que os jovens em questão não têm filiação a partidos políticos. “É a internet que lhes concede espaço existencial. Portanto, embora seus membros sejam poucos em números, o grupo conquistou um vasto impacto nas ruas palestinas, em particular entre os jovens”.
LEIA: Israel envia mais da metade das suas forças à Cisjordânia ocupada
Um dos líderes do grupo, segundo Milstein, é Ibrahim al-Nabulsi, “dissidente do Fatah e filho de um membro da Agência de Segurança Preventiva da Autoridade Palestina”.
A análise de Milstein antevê três desafios impostos pela Toca dos Leões a Israel: ataques a tropas ocupantes e colonos; falta de conexões organizacionais diretas; e eventual tutelagem do Hamas ao grupo, o qual a Autoridade Palestina parece contrapor. Conforme Milstein, o terceiro aspecto é o “mais perigoso”.
Em sua entrevista, Milstein confirmou receios de que o pico recente na resistência nativa possa migrar a cidades mistas do território designado Israel – isto é, expropriado em 1948, via limpeza étnica, durante os primeiros eventos da Nakba ou “catástrofe”.
Milstein tentou minimizar preocupações sionistas; não obstante, manteve o tom de alerta. “No momento, a situação é restrita ao norte da Cisjordânia e células independentes. Todavia, penso que os últimos dois ou três dias demonstraram potencial para que conflitos se espalhem dentro e fora da Cisjordânia”.