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‘Toca dos Leões’ é um dos grandes desafios do estado judeu, alerta think tank israelense

19 de outubro de 2022, às 16h46

Grupo palestino da resistência armada conhecido como “Toca do Leão”, na Cidade Velha de Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 3 de setembro de 2022 [Lion’s Den/Telegram]

O grupo palestino da resistência armada conhecido como “Toca dos Leões” está entre os maiores desafios do estado israelense, afirmou na segunda-feira (17) Michael Milstein, chefe do Fórum de Estudos Palestinos do Centro Moshe Dayan para Estudos Africanos e do Oriente Médio.

Segundo relatos, o grupo foi fundado em agosto por ex-integrantes de diversas facções.

Milstein observou que a maioria dos militantes tem cerca de 20 anos. “Isso significa que não se lembram da Segunda Intifada [Al-Aqsa], como é o caso de seus pais”.

“Esses jovens foram protagonistas da ‘intifada das facas’ há sete anos”, destacou o pesquisador sionista. “Agora que estão mais velhos, seguiram adiante; portam armas e estabelecem células locais com base em seus contatos pessoais”.

Milstein notou que os jovens em questão não têm filiação a partidos políticos. “É a internet que lhes concede espaço existencial. Portanto, embora seus membros sejam poucos em números, o grupo conquistou um vasto impacto nas ruas palestinas, em particular entre os jovens”.

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Um dos líderes do grupo, segundo Milstein, é Ibrahim al-Nabulsi, “dissidente do Fatah e filho de um membro da Agência de Segurança Preventiva da Autoridade Palestina”.

A análise de Milstein antevê três desafios impostos pela Toca dos Leões a Israel: ataques a tropas ocupantes e colonos; falta de conexões organizacionais diretas; e eventual tutelagem do Hamas ao grupo, o qual a Autoridade Palestina parece contrapor. Conforme Milstein, o terceiro aspecto é o “mais perigoso”.

Em sua entrevista, Milstein confirmou receios de que o pico recente na resistência nativa possa migrar a cidades mistas do território designado Israel – isto é, expropriado em 1948, via limpeza étnica, durante os primeiros eventos da Nakba ou “catástrofe”.

Milstein tentou minimizar preocupações sionistas; não obstante, manteve o tom de alerta. “No momento, a situação é restrita ao norte da Cisjordânia e células independentes. Todavia, penso que os últimos dois ou três dias demonstraram potencial para que conflitos se espalhem dentro e fora da Cisjordânia”.