Arábia Saudita, Egito e Grécia decidiram manter sua candidatura para sediar a Copa do Mundo FIFA de 2030 – centenário do consagrado torneio de futebol –, apesar dos alertas de ativistas e organizações internacionais sobre eventuais abusos de direitos humanos e trabalhistas.
O trio enfrenta outras duas candidaturas coletivas: Argentina, Paraguai e Uruguai, por um lado; Portugal e Espanha, por outro.
A Arábia Saudita prometeu cobrir a maior parte dos custos para a realização do evento e sediar a maioria das partidas. O campeonato, porém, seria novamente realizado no final do ano, como no Catar, devido ao verão escaldante no Oriente Médio em meados de julho.
A Arábia Saudita teria de construir duas novas arenas. O Egito teria de arcar com as obras de ao menos um novo estádio, segundo informações do periódico britânico The Daily Mail.
A Grécia foi duramente criticada por alinhar-se com ambos os países, conhecidos por violações massivas de direitos humanos, incluindo detenção arbitrária, tortura e contundente repressão aos direitos das mulheres.
A Arábia Saudita é denunciada pela prática de sportswashing, ao recorrer a eventos esportivos para desviar atenção de seu histórico hediondo de direitos humanos. O reino passou a receber lutas de boxe e corridas de Fórmula 1 e comprou o clube Newcastle por US$409 milhões.
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A Grécia também foi acusada nos meses recentes de abusos humanitários, ao devolver à força refugiados que tentam atravessar o Mar Mediterrâneo, ao deixá-los à deriva sob temperaturas congelantes. Em setembro, a guarda-costeira da Turquia confirmou a morte de dois bebês após as medidas ilegais perpetradas por Atenas.
A Copa do Mundo do Catar, a ser realizada entre novembro e dezembro deste ano, também foi alvo de controvérsias, marcada por violações de direitos humanos e morte de trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Operários conduziram greves contra o não-pagamento de seus salários ao longo das obras para a Copa do Mundo. O governo catariano reprimiu violentamente os protestos, ao encarcerar e deportar boa parte dos manifestantes.