Kuwait, Jordânia, Paquistão e Djibuti expressaram sua solidariedade à Arábia Saudita diante das críticas dos Estados Unidos sobre a recente decisão do cartel conhecido como OPEP+ de reduzir sua produção de petróleo a dois milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro.
A decisão foi tomada unanimemente pelos membros da OPEP+.
A OPEP+ é composta por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e aliados, incluindo a Rússia. A Arábia Saudita representa a liderança de facto da OPEP.
A chancelaria kuwaitiana emitiu um comunicado nesta terça-feira (18) para reafirmar o caráter “puramente econômico” dos sucessivos cortes, ao supostamente considerar oferta e demanda dos mercados globais. Segundo o Kuwait, a medida busca proteger os mercados de flutuações e serve igualmente aos interesses de produtores e consumidores.
“O Kuwait mantém absoluta solidariedade com a Arábia Saudita, sobre os comentários recentes que tiraram esta decisão de seu contexto puramente econômico”, destacou a nota.
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Sinan al-Majali, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Jordânia, descreveu a medida como “questão técnica relacionada à estabilidade e às demandas do mercado, para proteger os interesses de produtores e consumidores”. Amã insistiu que tais decisões devem ser abordadas do ponto de vista “técnico”, sem considerar disputas políticas alheias ao “bem comum”.
Al-Majali advertiu ainda que os problemas em voga devem ser tratados “via diálogo equilibrado e direto entre Washington e Riad, conforme o espírito de parceria que une ambas as partes”. A Jordânia, observou o porta-voz, apoia a segurança, a estabilidade e os interesses da monarquia.
Paquistão e Djibuti também expressaram apoio à Arabia Saudita.
Na segunda-feira (17), a monarquia recebeu pleno apoio de Egito, Marrocos e Argélia sobre as alegações da Casa Branca de que seu regime estaria alinhado com a Rússia para evadir sanções referente à guerra na Ucrânia. Riad negou veementemente as acusações.