Uma carta assinada por 65 grupos de direitos humanos palestinos, regionais e internacionais foi encaminhada a Volker Turk – novo comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos – com objetivo de pressioná-lo a assumir medidas concretas em nome da luta por justiça ao povo palestino.
O diplomata austríaco substituiu efetivamente Michelle Bachelet nesta semana.
Em sua carta, os signatários destacaram algumas das políticas alarmantes de Israel impostas aos palestinos, com destaque para os 15 anos de bloqueio contra Gaza; a escalada nas incursões às cidades palestinas; atos de punição coletiva por meio do fechamento compulsório do campo de refugiados de Shuafat e da aldeia de Anata; além de uma notória política de “atire para matar” adotada pela ocupação contra manifestantes e mesmo jornalistas.
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O documento denunciou também a política de encarceramento em massa contra os palestinos nativos, incluindo a prática de “detenção administrativa” – isto é, sem julgamento ou acusação por períodos indeterminados.
Conforme a carta, a questão de direitos humanos na Palestina ocupada deve estar no topo das prioridades do Alto-comissariado das Nações Unidas, dado que os palestinos são privados de seu direito legítimo por autodeterminação.
Os signatários advertiram que o fórum internacional tem de dar destaque a seu banco de dados sobre as atividades e iniciativas dos assentamentos ilegais na Palestina ocupada. As associações de direitos humanos expressaram apreensão pela demora injustificada e sem precedentes para abordar a matéria, sobretudo em meio a pressão política e ingerência externa.
Em conclusão, a carta destacou práticas sistêmicas de censura e perseguição contra ativistas de direitos humanos por parte de Tel Aviv, com intuito de encobrir seus crimes e violações – entre as quais, a criminalização de seis influentes associações da sociedade civil palestina no decorrer deste ano.