O parlamento libanês fracassou pela terceira vez em escolher um novo presidente da república, nesta quinta-feira (20). O país parece mergulhar cada vez mais em um impasse institucional em meio à persistente e profunda crise financeira.
As informações são da agência de notícias Reuters.
O mandato do presidente Michel Aoun expira em 31 de outubro. No entanto, a divisão entre os blocos políticos sobre a composição de um novo gabinete não parece ter fim.
O estado libanês não desfruta de um governo funcional desde maio. Além disso, desde a guerra civil, entre 1975 e 1990, a presidência caiu vacante em diversas ocasiões.
O colapso fiscal do país levantino desvalorizou a moeda em mais de 90%, propagou a pobreza e a miséria, paralisou o sistema financeiro e congelou as poupanças da população civil. A crise – descrita pelo Banco Mundial como uma das piores da Era Moderna – reflete o maior período de instabilidade no Líbano desde a guerra civil.
Um total de 119 dos 128 parlamentares se reuniu nesta quinta-feira por somente meia hora. As regras eleitorais requerem dois-terços do quórum, de modo a impedir que um único partido ou aliança imponha seus arbítrios. O primeiro turno demanda dois-terços dos votos para consagrar um novo chefe de estado; caso a tramitação prossiga, basta metade dos votos.
A sessão de quinta-feira contou com 55 votos nulos, 42 votos para Michel Mouawad – opositor do movimento Hezbollah –, e o restante para candidatos dispersos ou mesmo slogans políticos. Um dos votos aludiu à escolha de um “ditador benevolente”.
O presidente do parlamento Nabih Berri marcou a próxima sessão para 24 de outubro.
Ao antever o vácuo de poder, políticos tradicionais se mobilizaram para consentir com um novo gabinete liderado pelo premiê sunita Najib Mikati – que serve atualmente em caráter provisório –, a quem os poderes presidenciais seriam passados no período de vacância.
Contudo, o veemente impasse pode deixar o país tanto sem presidente quanto sem gabinete.
Potências estrangeiras – como Estados Unidos e União Europeia – reafirmaram seus apelos para que as eleições presidenciais não sejam proteladas.
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