Aparição nas redes do filho do ex-ditador egípcio Mubarak pode ser alerta para Al-Sisi

Demonstrações de apoio popular ao filho do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, Gamal Mubarak ,  podem ser motivo de preocupação para o atual presidente Abdel Fattah Al-Sisi. Gamal compareceu ao funeral de um conhecido advogado esta semana e a notícia de sua presença viralizou nas redes sociais.

Pelo segundo dia consecutivo, #GamalMubarak liderou as postagens, com fotos e videoclipes mostrando pessoas correndo para apertar sua mão. Isso levou os observadores a sugerirem que esse apoio é uma expressão do descontentamento público com a situação política e econômica do Egito.

“As imagens podem ser lidas de dois ângulos”, explicou o jornalista Massad Al-Barbary. “A primeira é que o povo egípcio esteve sob o domínio de Mubarak por três décadas e foi influenciado por ele. Seu filho provavelmente sucederia seu pai, e é por isso que não é estranho que alguns se aproximem dele. A segunda é que o cenário pode ter sido criado por um grupo que apoia a era Mubarak.”  A ditadura de Mubarak foi derrotada pela revolução democrática de 2011, seguida da eleição do presidente Mohamed Morsi, e posteriormente de um golpe militar que o derrubou, sob o comando de Al-Sisi.

Barbary disse ao Arabi 21 que tais cenas preocupam o regime de Al-Sisi, que é impopular e fraco. “A evidência é que Sisi fez vários discursos durante a conferência econômica que durou mais de duas horas. Além disso, em um movimento sem precedentes, ele falou ao telefone em um programa de televisão por quase 90 minutos para defender suas políticas.”

Além disso, disse, os relatos de Al-Barbary sobre regime indicam ressentimento popular contra a pobreza e os altos preços. “As pessoas estão preocupadas com o futuro devido às condições difíceis que o Egito está enfrentando. Também houve pedidos de protestos contra o regime no próximo mês.”

Gamal Mubarak chegou perto de assumir o poder no final da era de seu pai, quando assumiu uma posição de destaque no governante Partido Nacional. Esse movimento, porém, alimentou a ira do público e perturbou o exército.

Políticos, ativistas e jornalistas apontam que grande parte do apoio a Sisi desapareceu após o golpe de julho de 2013 e que ele não cumpriu nenhuma de suas promessas de melhorar os padrões de vida.

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