Ao cobrir as eleições no Brasil e a vitória do presidente Lula, o jornal israelense The Jerusalem Post lamentou que Jerusalém tenha perdido um amigo em Brasília, o não reeleito presidente Jair Bolsonaro, que sempre teve o apoio de Israel.
A reportagem fez uso de informações de arquivo para falar da política externa brasileira em que Lula sempre demonstrou amizade com a Palestina e o bom diálogo com o Irã. Para isso, deu destaque visita que Lula fez em 2010 a Israel, quando o brasileiro se recusou a levar flores ao túmulo do pai do sionismo – projeto ideológico da limpeza étnica da Palestina para instalação do Estado de Israel – ao mesmo tempo em que visitou o túmulo do líder palestino Yasser Arafat, a quem o jornal chamou de terrorista.
Ao mencionar o fato de que Lula reconheceu o Estado Palestino naquele ano, o jornal mostra desconhecimento inclusive da geografia do hemisfério sul ao afirmar que o gesto provocou uma onda de reconhecimentos na África do Sul, quando estaria se referindo ao que aconteceu na América do Sul. Em 2010, após o anúncio brasileiro, quase todos os países vizinhos, começando por Argentina e Uruguai, deram o mesmo passo em favor da Palestina.
A matéria também cita duas mulheres. A ex-presidenta Dilma Rousseff é lembrada por ter chamado de volta o embaixador brasileiro em Israel como protesto contra a Operação Muro Protetor, e por ter rejeitado o nome de Dani Dayan para embaixador de Israel no Brasil, por ser um morador e apoiador de assentamentos ilegais. A outra mulher mencionada é Michele Bolsonaro, por ter ido votar usando uma camiseta com a bandeira de Israel.
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