Arábia Saudita revoga proibição e comemora o ‘Halloween’

A Arábia Saudita revogou sua proibição e celebrou as festividades do Halloween – medida sem precedentes na Terra das Duas Mesquitas, como parte dos esforços da monarquia para instituir “reformas sociais” e projetar uma imagem mais moderna ao restante do mundo.

Apesar de suas violações de direitos humanos, a Arábia Saudita busca abrir suas portas a países e corporações ocidentais, por meio de eventos culturais e esportivos promovidos pelo príncipe herdeiro e governante de facto do país, Mohammed bin Salman.

Batizado de “Fim de Semana do Medo”, o evento ocorreu entre quinta e sexta-feira, 27 e 28 de outubro, no centro de Riad. Crianças vestiram fantasias elaboradas e posaram para fotos então compartilhadas nas redes sociais.

O evento é também parte da chamada Temporada de Riad, realizada na capital saudita.

As celebrações, contudo, atraíram críticas de figuras islâmicas nas redes sociais, que reclamaram da leniência do reino – certa vez, visto como “ultraconservador” – em permitir festas pagãs em seu território. Usuários nas redes sociais se queixaram da “dupla moral” do governo, ao proibir comemorações do aniversário do Profeta Muhammad, feriado conhecido como Al Mawlid.

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Conforme o website Arab News: “Embora o Halloween seja um tabu histórico em todo o Golfo, participantes descreveram o evento como entretenimento inofensivo”.

“É uma grande festa, honestamente, e há um sentimento generalizado de alegria”, declarou um participante do evento. “Em termos de haram ou halal [permissível ou não segundo o Islã], não posso dizer. É apenas uma brincadeira e nada mais”.

Outro afirmou: “Ações se baseiam em intenções. Queremos apenas nos divertir”.

O “Fim de Semana do Medo” é o segundo evento a fantasia realizado em Riad. Entre 17 e 18 de março, o centro da cidade recebeu também uma espécie de carnaval, com pessoas mascaradas, evento celebrado pelo governo como maior festa a fantasia da história do reino.

Uma reportagem do The New York Times sugeriu que o evento foi marcado estrategicamente às vésperas do Halloween – ou Dia das Bruxas –, que costuma cair em 31 de outubro, para não ser visto como um feriado oficial de raízes pagãs.

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