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Após vitória eleitoral, fascistas de Israel buscam se entrincheirar na Cisjordânia

Apoiadores do partido ultranacionalista Otzma Yehudit (Força Judaica) comemoram resultados eleitorais em Jerusalém ocupada [Eyal Warshavsky/LightRocket via Getty Images]

Após vencer o terceiro maior número de assentos nas eleições legislativas da semana passada, grupos ultranacionalistas de Israel buscam obter controle nominal sobre a Cisjordânia ocupada.

O partido Sionismo Religioso conquistou 14 das 120 vagas do Knesset (parlamento), ganho sem precedentes que concedeu a políticos notoriamente fascistas certo protagonismo no governo a ser formado por Benjamin Netanyahu – mais outra vez, primeiro-ministro do estado ocupante.

Partidários do Sionismo Religioso devem desfrutar de cargos ministeriais de destaque. De seus dez candidatos mais votados, nove residem em assentamentos ilegais exclusivamente judaicos na Cisjordânia ocupada.

Itamar Ben-Gvir (46) é um dos candidatos que logrou uma ascensão meteórica. Em outubro, o chefe do partido Otzma Yehudit (Força Judaica) apontou um revólver a moradores do bairro palestino de Sheikh Jarrah, na cidade ocupada de Jerusalém.

Ben-Gvir é visto como discípulo de Meir Kahane, rabino nascido nos Estados Unidos cujo grupo racista Kach foi eventualmente banido do Knesset.

Ben-Gvir também ameaçou deportar israelenses “desleais”, incluindo dois colegas da câmara. Até recentemente, Ben-Gvir possuía um retrato de Baruch Goldstein em sua casa. Goldstein foi responsável pelo massacre contra 29 palestinos no Túmulo dos Patriarcas, em Hebron, em 1994.

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Seu extremismo não o impediu de ascender ao governo. O político fascista deve angariar poder sobre a vida e a subsistência dos palestinos que vivem sob ocupação e apartheid na Cisjordânia.

Segundo o jornal israelense Haaretz, o Sionismo Religioso prometeu construir e expandir ainda mais assentamentos ilegais nos territórios ocupados, além de conduzir um novo censo entre os palestinos da Área C – equivalente a 60% da Cisjordânia, sob controle absoluto de Israel.

O bloco fascistóide considera anexar a Área C e assegurar a limpeza étnica da população nativa, ao impedir que palestinos de outras áreas tenham acesso à região.

Segundo relatos, o Sionismo Religioso apresentou um plano-mestre escalonado para “legalizar” postos coloniais nos territórios ocupados – até então ilegais até mesmo sob a lei israelense. Tais comunidades serão formalmente conectadas à rede nacional de serviços públicos, em contraste com a situação vivenciada por aldeias e cidades palestinas marginalizadas.

Os líderes do Partido devem exigir portfólios e escrituras do Estado para alcançar seus objetivos supremacistas. Comitês coloniais que supervisionam as terras árabes e administram a expansão dos assentamentos ilegais devem, portanto, ganhar nova força sob comando de Netanyahu.

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