Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha querem que o conselho da agência nuclear da ONU aprove uma resolução chamando de “essencial e urgente” que o Irã explique os vestígios de urânio encontrados em três locais não declarados, mostrou o texto visto pela Reuters.
O projeto de resolução foi enviado a outros países no Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica de 35 países na sexta-feira, antes de uma reunião trimestral que começa na quarta-feira. Também ocorre um dia após a AIEA divulgar um relatório, também visto pela Reuters, sobre a investigação de anos dos vestígios, relata a Reuters.
O Irã concordou em realizar uma reunião com funcionários da AIEA em Teerã após a reunião do Conselho da próxima semana para fazer progressos na investigação paralisada. A questão tem sido um obstáculo para negociações mais amplas sobre a retomada do acordo nuclear do Irã de 2015 com as potências mundiais, já que Teerã exigiu o fim da investigação nessas negociações.
“(O Conselho de Governadores) decide que é essencial e urgente… que o Irã atue para cumprir suas obrigações legais e… tome as seguintes ações sem demora”, disse o texto, datado de sexta-feira, e listando ações como fornecer explicações confiáveis para os vestígios.
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Outras ações listadas incluem “fornecer todas as informações, documentação e respostas que a Agência requer” e “fornecer acesso aos locais e materiais que a Agência exige, bem como para a coleta de amostras conforme considerado apropriado pela Agência”.
O projeto de texto, que precisaria ser aprovado por maioria simples dos membros do Conselho, também disse que o Conselho “expressa profunda preocupação de que as questões de salvaguardas relacionadas a três locais não declarados permaneçam pendentes devido à cooperação substantiva insuficiente do Irã”.
O Conselho aprovou uma resolução semelhante em junho, quando apenas a China e a Rússia se opuseram. O Irã tende a se irritar com essas resoluções e respondeu à última removendo as câmeras de vigilância da AIEA e outros equipamentos de monitoramento instalados sob o acordo de 2015, agora amplamente esvaziado.
Desde então, o Irã instalou centenas de centrífugas mais avançadas, máquinas que enriquecem urânio, aumentando sua capacidade de enriquecer muito além dos limites estabelecidos pelo acordo de 2015, que começou a ser violado em 2019, com a retirada dos EUA em 2018 pelo então presidente Donald Trump.