Israel e Omã negociam a abertura do espaço aéreo omani a aeronaves com origem e destino do estado ocupante, segundo informações da rede Arabi21. As medidas são vistas como parte dos esforços para normalizar relações.
“Dois anos depois da assinatura dos Acordos de Abraão, que normalizaram os laços entre Israel e países árabes, Jerusalém [sic] mantém esforços para criar parcerias na região”, afirmou a rede sionista i24. “Um oficial israelense de alto escalão reuniu-se com o chanceler omani, Sayyid Badr Bin Hamad Bin Hamood al-Busaidi, para desenvolver a cooperação regional”.
Segundo o website, um documento do Ministério de Relações Exteriores de Israel confirma que o encontro ocorreu nos bastidores de um fórum sobre recursos hídricos realizado em Omã, com a participação do vice-diretor-geral da chancelaria sionista e do chefe de relações com Oriente Médio.
“O sultanato buscou diferenciar-se dos Emirados Árabes Unidos e Bahrein e, portanto, qualquer avanço futuro nos laços requer contato direto e separado entre Mascate e Jerusalém [sic], com ênfase na paz econômica e conforme as diretrizes da Arábia Saudita”, comentou al-Busaid.
Segundo o website israelense: “Um ponto de preocupação é a abertura dos céus omanis a voos israelenses. Assegurar passagem no país árabe do Golfo é necessário para aproveitar o anúncio saudita de abertura de seu espaço aéreo a Israel”.
No entanto, não há avanços confirmados até então. “O chanceler omani destacou que seu país prefere um envolvimento discreto – embora ativo – na região, capaz de permitir o diálogo tanto com Israel quanto com os palestinos”, acrescentou a reportagem.
Segundo as informações, Tel Aviv convidou o estado omani a juntar-se ao Fórum do Negev, com intuito de cooperar em projetos regionais.
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Durante telefonema com o atual premiê israelense Yair Lapid – em fim de mandato –, al-Busaidi disse que seu país “não seria a terceira nação do Golfo a normalizar laços com Israel”; contudo, reiterou apoio a “uma paz justa, abrangente e duradoura sob a solução de dois estados”.
Apesar da falta de decisões materiais, Israel promoveu o encontro como “progresso”.
Em 2018, o então premiê sionista Benjamin Netanyahu – que deve voltar ao poder após vencer as eleições do início deste mês – viajou a Mascate para reunir-se com o falecido sultão Qaboos Bin Said. O último líder israelense a pousar na capital omani foi Shimon Peres, em 1996, quando visitou também Doha, no Catar, para abrir um escritório de comércio.
Yitzhak Rabin também desembarcou em Omã em 1994. Após a viagem de Netanyahu, ministros de inteligência e transporte deram seguimento à aproximação ao participar de fóruns mundiais sediados no Golfo.
A chancelaria de Omã não comentou os relatos até então.