A ong B’Tselem divulgou nesta semana um vídeo no qual soldados israelenses, junto da polícia de fronteira, invadem uma escola e agridem estudantes e professores. O incidente ocorreu em Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, em meados de setembro.
Soldados entraram na escola para meninos de al-Hajeriyah, sob pretexto de buscar e apreender um jovem palestino acusado de atirar pedras.
Segundo as informações, cerca de 15 soldados e policiais invadiram salas de aula, revistaram as instalações, atacaram professores e removeram à força dois meninos de 14 anos do local.
Os meninos foram arrastados para o outro lado da rua, agredidos fisicamente e então detidos. Policiais dispararam granadas de efeito moral contra os professores que tentavam socorrer seus alunos. Jovens palestinos responderam com pedras.
Os adolescentes foram transferidos a um posto de controle militar e interrogados. Após um dos meninos pedir para ser abordado em árabe, um soldado deu-lhe um violento tapa na cara.
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A B’Tselem contestou a versão do incidente divulgada pela imprensa israelense: “Esta descrição pacífica e anestesiada está longe da brutalidade que incidiu sobre a escola naquele dia: policiais e soldados forçaram sua entrada nas instalações, espancaram professores e alunos, arrastaram dois estudantes para fora sem qualquer razão, voltaram a agredi-los e então os liberaram como se nada tivesse acontecido. Tudo isso é parte integral do regime de ocupação na Cisjordânia”.
“Dois soldados invadiram a sala de aula da nona série e abduziram um dos estudantes”, relatou Ihab al-Rajabi, vice-diretor da escola à B’Tselem. “Eu entrei no caminho e consegui tirar o aluno deles. Os outros professores e eu tentaram explicar aos soldados que ninguém havia deixado as salas de aula. Um soldado me empurrou com violência contra a parede. Os estudantes estavam aterrorizados”.
Ao recordar o incidente, al-Rajab mencionou que seu braço foi ferido e sangrava profusamente devido ao ataque das tropas da ocupação. O profissional de ensino foi empurrado com um rifle e chutado pelos policiais israelenses.
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