Nesta segunda-feira (21), o Ministro de Energia da Arábia Saudita Abdulaziz bin Salman al-Saud confirmou que o cartel conhecido como OPEP+ – formado por países-membros da Organização dos Países Exportadores do Petróleo e aliados, como a Rússia –, manterá os cortes na produção de insumos combustíveis e pode tomar medidas adicionais para “equilibrar o mercado” perante a queda nos preços.
Riad negou relatos de que considera aumentar a produção.
As informações são da agência de notícias Reuters.
O periódico americano Wall Street Journal afirmou que o próximo encontro da OPEP+, em 4 de dezembro, abordaria uma proposta de aumento na produção de petróleo a 500 mil barris por dia. A reportagem citou fontes anônimas dentre as delegações da OPEP.
“É de conhecimento público que a OPEP+ não debate qualquer decisão antes de encontrar-se”, comentou o ministro e príncipe saudita.
Os preços de petróleo caíram 5% – abaixo de US$83 por barril – após ser divulgada a matéria do Wall Street Journal. O índice Brent de petróleo cru caiu 2% – a US$86.70.
Em outubro, a OPEP+ decidiu reduzir a produção drasticamente. Seria inesperado um aumento no contexto da queda nos preços e de projeções econômicas desfavoráveis.
“O corte atual de dois milhões de barris por dia continua até o fim de 2023”, insistiu o ministro. “Caso seja necessário tomar medidas adicionais e reduzir mais a produção para equilibrar oferta e demanda, estamos prontos para intervir”.
Segundo o Wall Street Journal, conversas sobre aumento na produção surgiram após o governo do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden confirmar “imunidade soberana” a Mohammed bin Salman, governante saudita, no caso relacionado ao assassinato de Jamal Khashoggi.
Khashoggi – articulista do The Washington Post – foi morto e esquartejado dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia, em outubro de 2018. A Agência Central de Inteligência (CIA) corroborou em relatório que bin Salman ordenou o assassinato.
A anistia contrapõe meses de esforços democratas para isolar o príncipe herdeiro.
Países ocidentais buscam atenuar a inflação imposta aos insumos combustíveis desde a invasão russa na Ucrânia, que incorreu em sanções contra Moscou.
O mercado de petróleo cru fechou em baixa nos últimos dias, devido a uma menor demanda de consumidores da China e da Europa.
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