Centenas de manifestantes reuniram-se em Zarzis nesta quarta-feira (23) para saber do destino de migrantes desaparecidos cujo barco naufragou no Mar Mediterrâneo há dois meses.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Os contatos com a embarcação foram perdidos em 21 de setembro. Havia 18 pessoas a bordo, na maioria, residentes de Zarziz, na costa tunisiana.
“Nossa principal exigência é a verdade”, reafirmou Abdeslam Freik, ativista da sociedade civil. “Entregamos às autoridades todas as informações requeridas e aguardamos os fatos”.
Segundo seu relato, os manifestantes esperavam o aval da União Geral do Trabalho da Tunísia (UGTT) para começar uma greve nesta quinta-feira (24). O ramo da entidade sindical em Zarzis confirmou no último fim de semana que uma greve ocorreria entre 24 e 25 de novembro.
A população local demonstra indignação sobre a “negligência” das autoridades em buscar seus amigos, vizinhos e parentes desaparecidos. Catorze corpos foram resgatados; apenas seis foram identificados. No entanto, quatro pessoas foram enterradas em um cemitério de indigentes.
O total de desaparecidos no Mar Mediterrâneo desde o início deste ano chegou a 544 pessoas, segundo o Fórum Tunisiano por Direitos Econômicos e Sociais (FTDES).
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