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Al-Haq lança relatório ‘Apartheid de Israel: Ferramenta do colonialismo sionista’

Shawan Jabarin, diretor do grupo de direitos humanos al-Haq, no escritório de sua organização, dias antes de ser invadido por forças israelenses, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 24 de agosto de 2022 [Abbas Momani/AFP via Getty Images]

A ong palestina de direitos humanos al-Haq lançou nesta terça-feira (29) um relatório intitulado “Apartheid de Israel: Ferramenta do colonialismo sionista”.

O relatório busca ampliar o debate internacional sobre o sistema de apartheid como elemento estrutural imposto a cidadãos não-judeus, em ambos os lados da Linha Verde – isto é, tanto em Cisjordânia e Gaza quanto no território considerado Israel, ocupado durante a Nakba em 1948.

O relatório é produto de quatro anos de pesquisa e colaboração com as seguintes organizações: Associação de Direitos Humanos e Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos (Addameer); Centro al-Mezan por Direitos Humanos; Centro de Ação Comunitária da Universidade de al-Quds (CAC); Centro de Assistência Legal e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC); Coalizão Civil por Direitos Palestinos em Jerusalém (CCPRJ); Iniciativa Palestina por Democracia e Diálogo Global (Miftah); e Centro Palestino por Direitos Humanos (PCHR).

Nos últimos anos, grupos de direitos humanos – como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch (HRW) – construíram o consenso de que Israel pratica o crime de apartheid na Palestina ocupada. Grupos palestinos – como a al-Haq – denunciam há décadas os crimes de discriminação racial como componente intrínseco do colonialismo israelense.

LEIA: ‘Israel é um estado de apartheid – legal, politica e moralmente’, conclui conferência histórica

Segundo a al-Haq, é crucial “reconhecer a conexão entre a luta palestina por autodeterminação e o movimento global pela libertação dos povos originários contra o colonialismo e outras formas de racismo institucionalizado”.

Desde 1948, destacou o relatório, os palestinos sofrem com a Nakba – em árabe, “catástrofe” –ainda em curso, mediante deslocamento forçado e exílio, sem o devido direito de retorno a sua terra, além de anexação ilegal, ocupação estrangeira, transferência demográfica e edificação de assentamentos exclusivamente judaicos.

“É neste contexto de violações históricas e contemporâneas que a al-Haq considera o apartheid como ferramenta do projeto colonial sionista mais abrangente, ao invés de fatos conjecturais e isolados”, argumentou o relatório, ao referir-se ao escopo de sua pesquisa.

Todos os aspectos do racismo institucional, incluindo sua história fundacional, antes e depois da Nakba, foram examinados. Um elemento-chave é como a situação na Palestina é regularmente descrita como “conflito” entre dois lados iguais.

“A assimetria na dinâmica de poder, a prolongada ocupação colonial, sua natureza predatória e a constante transferência e expulsão da população – sem qualquer respeito à lei internacional – mostram que as políticas israelenses vão além do sistema de apartheid e equivalem a políticas de assentamento colonial ainda em curso no século XIX”, explicou a al-Haq.

O lançamento do relatório ocorreu nesta quarta-feira (30) na Fundação al-Qattan, na cidade de Ramallah, às 11 horas do horário local.

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