Israel rechaça filme jordaniano que retrata a limpeza étnica contra o povo palestino

O atual Ministro das Finanças de Israel Avigdor Lieberman – que deixa o cargo em breve após a derrota eleitoral de seu governo – condenou nesta quarta-feira (30) o filme jordaniano “Farha”, que retrata a brutalidade das gangues sionistas durante a Nakba de 1948.

Lieberman também rechaçou a gigante dos streamings Netflix por sua decisão de lançar o filme na plataforma. A obra expõe as atrocidades das tropas sionistas durante a chamada “catástrofe” palestina, que resultou na expulsão de mais de 760 mil cidadãos nativos de suas terras, para dar lugar à criação do Estado de Israel.

A obra foi dirigida pelo cineasta jordaniano Darin Sallam e conta a história de uma menina de 14 anos cuja aldeia sofre ataque de gangues sionistas em 1948. A narrativa retrata momentos em que as milícias que se tornariam mais tarde o exército israelense executam sumariamente civis.

O filme passou em diversos festivais, incluindo o Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2022 (TIFF). Está disponível no catálogo do Netflix no exterior a partir desta quinta-feira (1º).

“É uma loucura que o Netflix tenha decidido divulgar um filme cujo único propósito é criar uma narrativa falsa e incitar o ódio contra soldados de Israel”, afirmou Lieberman. O ministro insistiu ser “inaceitável” a decisão do Cinema al-Saraya de Jaffa de divulgar o filme.

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As salas de cinema de Jaffa – no território considerado hoje Israel, capturado em 1948, através de limpeza étnica planejada – recebem supostos subsídios culturais do estado sionista.

O Ministro da Cultura Chili Tropper acusou os realizadores de promover “mentiras e calúnias” e alegou que a decisão do Cinema al-Saraya de exibi-lo é uma “vergonha”.

“Rogo à gestão do cinema que volte atrás na decisão de exibir a obra”, declarou Tropper.

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