Indústria militar israelense perde contratos de US$340 milhões no Reino Unido

O Ministro de Estado do Reino Unido para Aquisição de Defesa Alex Chalk confirmou que a Elbit Systems UK – subsidiária da maior corporação de armas israelense, Elbit Systems – foi forçada a deixar uma série de contratos lucrativos no estado europeu.

As perdas em potencial equivalem a cerca de £280 milhões (US$340 milhões), caso contratos de treinamento das Forças Armadas da Grã-Bretanha sejam revogados.

Chalk observou que a empresa israelense perdeu um contrato £160 milhões (US$194 milhões), segundo o qual deveria fornecer treinamento a equipes de submarinos. Negociações estão em curso para revogar um contrato de £123 milhões (US$149 milhões) com a Marinha.

Nos últimos anos, instalações da Elbit Systems UK se tornaram alvo da ong de direitos humanos Palestine Action, por sua cumplicidade com os crimes de guerra israelenses cometidos contra o povo palestino. O grupo de ação direta insiste que sua campanha expôs a corporação israelense como tóxica demais até mesmo para associar-se com o exército britânico.

Os comentários de Chalk foram emitidos ao congresso em resposta aos deputados trabalhistas Chris Evans e Kevan Jones – ambos associados ao grupo Labour Friends of Israel –, além de John Healey, secretário de defesa do gabinete paralelo – isto é, grupo de parlamentares de oposição que servem como equivalente ao gabinete no poder.

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O fim dos contratos não estava em domínio público até ser realizada a petição dos legisladores. A divulgação dos fatos afetou as ações da Elbit System, com queda de 10% em 29 de novembro e 18% no acumulado do mês. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de perdas.

A Palestine Action reporta que o cancelamento dos contratos representa um duro golpe à Elbit Systems e preconiza que a presença da indústria de guerra israelense na Grã-Bretanha pode se aproximar de seu fim.

“Centenas de milhões de libras do contribuinte britânico deixarão de ir ao exército assassino de Israel, mediante pressão constante e intensiva das ações diretas da Palestine Action”, afirmou o grupo. “Há mais de dois anos, a Palestine Action busca atingir a Elbit Systems e seus associados, incluindo ao invadir fábricas e escritórios e impedir que a empresa firme novos contatos”.

Andrew Feinstein – pesquisador da indústria militar e autor de “The Shadow World: Inside the Global Arms Trade” – concorda: “Suspeito que a perda dos contratos emana da ação direta do grupo Palestine Action, ao revelar com tamanho êxito a realidade brutal dos abusos de direitos humanos da Elbit Systems, sobretudo ao aplicar a ocupação ilegal da Palestina para Israel”.

Feinstein – membro do Congresso Nacional Africano (CNA) que serviu sob o governo de Nelson Mandela – explicou que a perda dos contratos representa uma crise de larga escala para a firma israelense e incita dúvidas sobre o futuro de suas atividades no Reino Unido.

Na semana passada, uma corte britânica inocentou cinco ativistas da Palestine Action acusados de “conspirar para cometer vandalismo”, após um protesto civil na sede local da Elbit Systems.

 

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