O acordo de grãos do Mar Negro é uma iniciativa “crítica” para abordar a fome generalizada no Iêmen, afirmou nesta terça-feira (6) Sarah Charles, diretora-assistente de ajuda humanitária da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
As informações são da rede de notícias Anadolu.
Charles enfatizou ao legislativo que o Iêmen mantém dependência histórica sobre importações de grãos, sobretudo da Rússia e da Ucrânia – atualmente em guerra.
“A primeira embarcação carregada com trigo ucraniano, sob apoio dos Estados Unidos, chegou ao porto de Hodeida em 14 de outubro”, declarou Charles ao Subcomitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes. “A remessa alimentará 2.1 milhões de pessoas, além de cargas adicionais cuja chegada está prevista para dezembro”.
LEIA: Medicamentos ‘contaminados’ matam 10 crianças no Iêmen
Timothy Lenderking, enviado especial dos Estados Unidos para o Iêmen, reiterou que o país em guerra vive um “momento crítico”.
“Devemos preservar os avanços e ganhos conquistados desde abril”, advertiu Lenderking. “Isso inclui condenar os recentes ataques houthis e reforçar apelos por um processo político inclusivo encabeçado por lideranças iemenitas”.
Lenderking descreveu os ataques houthis sobre rotas marítimas como “preocupante”.
Em 19 de novembro, dias antes de seu prazo final, o acordo de grãos assinado em Istambul foi estendido por 120 dias. O pacto – firmado em julho – conta com a assinatura de Turquia, ONU, Rússia e Ucrânia. Salvo um breve hiato, permitiu a retomada das exportações de alimentos.
A guerra civil no Iêmen teve início em setembro de 2014, quando rebeldes houthis capturaram grande parte do território nacional, incluindo a capital Sanaa. Uma coalizão militar comandada pela Arábia Saudita interveio no ano seguinte em nome do governo aliado.
Os oito anos de conflito criaram uma das piores crises humanitárias do planeta. Milhões estão no mapa da fome.
LEIA: Enviado da ONU ao Iêmen alerta para ‘maior risco de guerra’ após trégua