O Irã sancionou nesta segunda-feira (12) a agência de inteligência britânica MI5 além de figuras do exército e políticos alemães em resposta a “sanções ilegais” impostas por estados europeus, confirmou Nasser Kanaani, porta-voz da chancelaria iraniana.
Kanaani acusou a Europa de “interferir” nos assuntos iranianos.
Reino Unido e Alemanha condenaram Teerã por sua repressão aos protestos em curso no país, que se deflagraram após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em custódia da polícia, em 16 de setembro.
O Irã instituiu sanções a 32 indivíduos e entidades às vésperas de uma cúpula de política externa da União Europeia na cidade de Bruxelas, durante a qual novas sanções devem ser impostas ao governo iraniano, por violações de direitos humanos e fornecer drones militares à invasão russa na Ucrânia.
As sanções iranianas afetam, em particular, o diretor-geral do MI5, Ken McCallum, e o chefe do estado-maior, o almirante Tony Radakin. Outras figuras sancionadas incluem congressistas e ex-parlamentares britânicos, assim como o think tank Instituto Tony Blair.
Do lado alemão, há políticos e empresas, incluindo Annegret Kramp-Karrenbauer, ex-presidente do partido Democrata Cristão, e Claudia Roth, comissária do governo para Cultura e Imprensa.
Teerã também sancionou a revista satírica francesa Charlie Hebdo e a divisão em farsi da Radio Free Europe.
Sancionados não podem viajar ao Irã e estão sujeitos a congelamento de recursos no país.
Em novembro, Reino Unido e União Europeia expandiram sanções impostas a oficiais e agências iranianas. Na sexta-feira (9), o governo britânico ampliou as sanções contra a república islâmica, sob pretexto das manifestações.
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