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Pompeo responsabiliza governo dos EUA por reaproximação sino-saudita

Mike Pompeo, ex-secretário de estado dos Estados Unidos para a gestão de Donald Trump, em 21 de outubro de 2020 [Nicholas Kamm/AFP via Getty Images]
Mike Pompeo, ex-secretário de estado dos Estados Unidos para a gestão de Donald Trump, em 21 de outubro de 2020 [Nicholas Kamm/AFP via Getty Images]

A reaproximação entre China e Arábia Saudita é resultado direto de “política ruim dos Estados Unidos”, sob administração do presidente Joe Biden, reafirmou o ex-secretário de estado Mike Pompeo em entrevista à rede ultraconservadora Fox News.

Questionado sobre a viagem do presidente chinês Xi Jinping à monarquia árabe, o chanceler de Donald Trump insistiu: “Quando você não quer parceria com amigos e aliados, quando prefere ofendê-los a reagir à aproximação de nossos adversários, como Xi Jinping, é precisamente esse comportamento que terá como resposta”.

“Pela primeira vez em 40 anos, reconhecemos o partido comunista chines como maior ameaça externa aos Estados Unidos da América”, destacou Pompeo, ao enaltecer o governo do qual fez parte, que deve entrar em um novo ciclo eleitoral para 2024. “Ao fazê-lo, amigos e parceiros se juntaram a nós”.

Para Pompeo, o atual presidente é “mole com a China” e ríspido com a Arábia Saudita, governo que Biden descreveu como “pária” durante sua campanha à Casa Branca.

“Ao agir assim, todo o povo americano é afetado e o que vimos acontecer no reino nesta última semana [a viagem de Xi Jinping] é resultado direto de uma política ruim dos Estados Unidos”, argumentou o político republicano de extrema-direita.

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O presidente chinês visitou Riad no final da semana passada, onde conversou com a liderança saudita e participou de duas conferências árabe-chinesas.

A viagem sucedeu em três meses uma cúpula árabe-americana que contou com a presença de Biden, em meio a divergências entre Washington e Riad sobre cortes da produção de petróleo adotados pelo cartel conhecido como OPEP+.

O grupo é formado por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), sob liderança de facto da Arábia Saudita, e parceiros estratégicos, incluindo a Rússia.

Trump era próximo do regime do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman, na Arábia Saudita, apesar de denúncias graves de violações de direitos humanos, dentre as quais, o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi dentro do consulado do reino em Istambul, em outubro de 2018.

Khashoggi era articulista do The Washington Post.

Biden sofre pressão de ambos os lados: para reduzir a inflação doméstica, ao aproximar-se dos países produtores e amenizar o custo dos combustíveis nos Estados Unidos; e para cumprir suas promessas de campanha e responsabilizar entes externos por violações de direitos.

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