Diante da semifinal da Copa do Mundo FIFA de 2022, realizada no Catar, ativistas recorreram a torcedores muçulmanos presentes no Estádio Al-Bayt para que expressem seu amor ao Profeta Mohammed. O apelo coincide com a presença do presidente francês Emmanuel Macron.
A vaga na final contra a Argentina, no domingo (18), será disputada entre Marrocos – primeira seleção árabe e africana a chegar às semifinais da Copa do Mundo – e sua antiga metrópole, a França – duas vezes vitoriosa no torneio, após vencer a última edição, na Rússia, em 2018.
Nesta terça-feira (13), o influencer Mahmoud al-Hasanat pediu a torcedores muçulmanos para que mostrem seu apoio, ao escrever no Twitter: “Espero ver os fãs marroquinos presentes com as mãos aos céus, orando a nosso Profeta (que a paz esteja com ele)”. Al-Hasanat destacou que Macron estará entre os convidados.
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O líder francês é denunciado por políticas e comentários islamofóbicos. Macron é ainda árduo defensor de caricaturas do Profeta Mohammed, consideradas como insulto pelos muçulmanos.
Em postagem no Instagram, deletada posteriormente, a produtora digital holandês-marroquina Boutaina Azzabi Ezzaouia também solicitou aos torcedores da seleção marroquina que realizem preces no estádio.
“Caros irmãos marroquinos, ergam suas vozes”, disse Ezzaouia. “Deixem o presidente Macron e sua delegação saber que não deixaremos ninguém ofender nosso Profeta”.
A viagem de Macron foi confirmada por sua Ministra dos Esportes Amelie Oudea-Castera.
A semifinal entre Marrocos e França é permeada por história e geopolítica: a nação europeia foi um dos regimes que colonizou o estado norte-africano no último século. A seleção marroquina já superou a Espanha – também metrópole – e Portugal, além da Bélgica, na fase de grupos.
A seleção norte-africana – conhecida como Leões de Atlas – está invicta e tem a melhor defesa do torneio até então. A França possui o melhor ataque, comandado por Kylian Mbappé e Olivier Giroud. O vitorioso enfrenta a bicampeã Argentina, de Lionel Messi, na grande final.