Grupos políticos da Palestina ocupada expressaram repúdio ao premiê britânico Rishi Sunak por prometer votar contra uma iniciativa palestina para obter opinião consultiva do Tribunal Penal Internacional (TPI) no que se refere à ocupação militar israelense.
A proposta será apresentada em plenário na Organização das Nações Unidas (ONU).
Sunak fez sua promessa durante um almoço anual do grupo de lobby Conservadores Amigos de Israel, constituído por membros sionistas do Partido Conservador do Reino Unido.
O premiê – e líder do partido – justificou sua postura sob pretexto de não prejudicar o processo de paz e a solução de dois estados. Não obstante, o “processo de paz” permanece paralisado há décadas e a expansão incessante dos assentamentos ilegais sobre terras previstas a compor um futuro Estado palestino tornam a “solução de dois estados” cada vez mais improvável.
“Nós não imploramos por justiça de nossos opressores”, destacou Khaled al-Batch, membro do gabinete político do movimento palestino de Jihad Islâmica. “Resistiremos à ocupação”.
Al-Batch indagou por que as mortes da jornalista Shireen Abu Akleh e da criança Jana Zakarneh, entre muitas outras vítimas da violência colonial, sequer pesam na consciência de Sunak. “Por que ele dá cobertura ao estado sionista para evadir-se da justiça em Haia?”, enfatizou al-Batch, em referência à sede do TPI, na cidade holandesa.
A postura do premiê britânico, prosseguiu al-Batch, o torna cúmplice dos crimes de Israel. “Esta é uma extensão da infame Declaração Balfour, que deu a Palestina ao sionismo. Muito se diz da origem indiana do primeiro-ministro; porém, ao apoiar a opressão israelense, ele desrespeita o legado de combatentes da liberdade da Índia, como [Mahatma] Ghandi”.
Outras associações palestinas, incluindo Hamas e Frente Popular para a Libertação da Palestina, também condenaram a postura de Sunak. As entidades citaram sucessivas posições de Londres contra os palestinos e em favor da colonização israelense.
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