O secretário-geral da ONU voltou a comentar sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, capital do Brasil, atribuídos a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Falando a jornalistas, em Genebra, António Guterres afirmou que os autores dos eventos do último domingo precisam enfrentar as consequências, de acordo com a lei.
Funcionamento democrático
O chefe da ONU disse estar “absolutamente convencido” que o Brasil irá lidar com a situação “com uma responsabilização adequada” e que o funcionamento democrático nacional irá seguir em frente.
“Eu acho que a lei deve ser respeitada. Quando a lei é desrespeitada, acho que quem desrespeita a lei deve sofrer as respectivas consequências de acordo com a própria lei. O Brasil e muitos países democráticos são um Estado de direito. O que importa é que o Estado de Direito funcione e a democracia siga em frente.”
Ele disse ter ficado chocado com os eventos do domingo, mas destacou que confia no Brasil e nas suas instituições. Guterres adicionou que está totalmente confiante que os brasileiros darão uma resposta a questão.
Em sua conta no Twitter, o chefe da ONU também condenou a agressão às instituições democráticas e afirmou que a vontade do povo brasileiro e o funcionamento da democracia devem ser respeitados.
Danos e detidos
Após os ataques ao Palácio do Planalto e às sedes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, os veículos nacionais afirmaram que pelo menos 204 pessoas teriam sido presas por envolvimento nos eventos.
Segundo a imprensa brasileira, na manhã desta segunda-feira, o Ministério da Justiça teria detido 1,2 mil apoiadores do ex-presidente que seguiam em acampamentos na capital do país.
Ainda nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com chefes dos Poderes. Além do chefe de Estado, a ministra e presidente do STF, Rosa Weber, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital, assinaram uma nota conjunta condenando os atos.
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O texto afirma que os poderes estão unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras. Os representantes ainda pediram a sociedade que mantenham “a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria.
A nota conclui que o “país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação”.
Publicado originalmente em ONU News