Forças israelenses mataram 55 profissionais de mídia desde 2000, reportou nesta segunda-feira (9) o Sindicato dos Jornalistas Palestinos (SJP), durante coletiva de imprensa convocada por seu presidente, Naser Abu Baker, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Cinquenta e cinco repórteres foram mortos, seja por disparos ou bombardeios de Israel, desde o ano 2000”, declarou Abu Baker.
O ano passado (2022) contou com dois assassinatos de jornalistas, incluindo Shireen Abu Akleh, correspondente palestino-americana da rede Al Jazeera.
Abu Akleh foi baleada na cabeça em 11 de maio, enquanto cobria uma invasão militar de Israel na cidade de Jenin, na Cisjordânia. O exército ocupante negou dolo, ao alegar “erro humano” – após tentar incriminar, sem êxito, militantes palestinos.
Numerosas agências de mídia – Al Jazeera, CNN, Associated Press, Washington Post e New York Times – realizaram investigações próprias; a conclusão, contudo, coincidiu: Abu Akleh foi morta por um tiro israelense, apesar de clara identificação de imprensa.
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Abu Baker reiterou que Jerusalém concentrou o maior número de ataques contra a categoria.
“Tais ataques buscam impedir os jornalistas de cobrir a verdade à qual os santuários islâmicos e cristãos são submetidos”, acrescentou.
Abu Baker insistiu que o sindicato age para levar as violações contra a liberdade de imprensa ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Mohammad Al-Lahham, chefe do Comitê de Liberdades do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, reportou que 40 repórteres foram detidos por Israel no último ano; vinte continuam na prisão.
Autoridades israelenses não comentaram as denúncias.
Segundo estimativas árabes, forças israelenses mataram 224 palestinos na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza sitiada em 2022.