A Anistia Internacional condenou a decisão “repressora” do Ministro de Segurança Nacional de Israel Itamar Ben-Gvir – parlamentar de ultradireita – de proibir a exibição pública da bandeira palestina nos territórios ocupados.
Segundo a entidade de direitos humanos, trata-se de uma “tentativa covarde, porém previsível, de obliterar a identidade nacional do povo palestino, além de violação flagrante das resoluções e cartas fundamentais das Nações Unidas”.
A Anistia reiterou em nota emitida nesta terça-feira (10) que uma pesquisa recente revelou que “a incitação contra a bandeira palestina por parte de políticos e grupos israelenses, no decorrer dos últimos anos, obteve enorme êxito em instilar medo no coração dos judeus”.
O comunicado pediu ainda a revogação das medidas de Ben-Gvir, ao alertar para “clara violação da Declaração Universal de Direitos Humanos e das cartas fundacionais das Nações Unidas, que constituem a pedra angular da lei internacional”.
Rami Haidar, porta-voz da organização, declarou: “As instruções para proibir que seja erguida a bandeira palestina recaem sob o escopo da punição coletiva com base racista”. Haidar advertiu que a medida pode incorrer em outras proibições e restrições.
No domingo (8), Ben-Gvir instruiu a polícia a banir bandeiras palestinas dos espaços públicos. A medida não é novidade nos territórios ocupados e reflete parte dos esforços de apagamento do povo palestino e sua identidade originária.
A ordem restritiva sucedeu as celebrações sobre a soltura de Karim Younis, que passou 40 anos nas cadeias da ocupação, organizadas na cidade de Ara, no território considerado Israel – isto é, ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, mediante limpeza étnica.
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