Índices de pobreza em Israel atingem dois milhões de pessoas

A crise social em Israel voltou a escalar, com dois milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Idosos e cidadãos palestinos do território considerado Israel – expropriado via limpeza étnica, em 1948 – são os mais afetados, confirmou o relatório anual do Instituto de Previdência Nacional nesta quinta-feira (12).

O documento foi publicado horas após o premiê Benjamin Netanyahu e o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich reafirmarem promessas de combater o alto custo de vida, ao conter a carestia da água, da energia elétrica e dos combustíveis e congelar os impostos imobiliários.

O relatório para 2021 indica que a pobreza em Israel quase dobra os índices dos países da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Os números representam um aumento sobre o ano anterior, concluído com 1.877.594 de pessoas em situação de pobreza.

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Entre 2020 e 2021, a taxa de famílias pobres subiu de 20.6% a 21.0%. Para as crianças, o índice subiu de 27.2% a 28.0%. Entre os palestinos, ao menos 36.5% vivem abaixo da linha da pobreza; em contraste com 18% da população judaica e 23% do total.

Para os judeus ultraortodoxos, no entanto, a situação é oposta: metade são pobres.

Entre os idosos, a pobreza subiu de 16.4% a 17.6%. O governo promete queda em 2022 – cujos dados não foram compilados até então – devido a novos benefícios.

O Instituto de Previdência Nacional minimizou o aumento como “moderado”, ao alegar espaço ao otimismo, devido à “recuperação impressionante do mercado de trabalho, incluindo subida nas taxas de emprego”.

Contudo, a porcentagem de famílias empregadas abaixo da linha da pobreza quase não sofreu mudança. Não está claro como cidadãos vulneráveis se beneficiaram da “recuperação”.

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