O Centro Palestino para Estudos dos Prisioneiros – ong que monitora violações contra os presos políticos – reportou que autoridades de Israel escalaram seus esforços para impor sofrimento a menores de idade em sua custódia, assim como a suas famílias, ao emitir multas abusivas para além das penas de regime fechado.
Riyad al-Ashqar, diretor da organização, explicou que cortes militares da ocupação, insatisfeitas em emitir sentenças de prisão contra crianças, impõem também duras multas às famílias.
Segundo o relato, a Corte Militar de Ofer ordenou multas somadas em 473 mil shekels (US$140 mil) a menores de idade apenas no ano passado.
Al-Ashqar destacou que a justiça militar exerceu um papel ativo e de cumplicidade em proteger políticas que violam a lei internacional, ao deferir sentenças retaliatórias contra os palestinos e multas exorbitantes para drenar seus recursos – já escassos.
Al-Ashqar descreveu a política como “roubo aberto” e prática ratificada pelo Estado israelense para expropriar mais recursos das famílias e extorqui-las continuamente. O objetivo é dissuadir os palestinos nativos de sua resistência legítima à ocupação e expulsá-los das terras.
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Segundo o relato, as multas afetam a maioria das crianças e adolescentes levados aos tribunais.
Cortes arbitrárias conduzem represálias financeiras por motivos triviais e delitos ínfimos, como atirar pedras a carros blindados ou estar meramente próximo de checkpoints e assentamentos. A multa tampouco serve de fiança para libertar os prisioneiros.
Al-Ashqar pediu à comunidade internacional e entidades preocupadas com direitos da infância que intervenham para proteger as crianças palestinas dos abusos da ocupação israelense e sua agressão sistêmica contra os palestinos, por meio de prisão, violência e extorsão.
Israel prendeu quase 900 crianças somente no ano passado.
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