A catarinense Pâmela Bozzano é a primeira piloto brasileira a competir no Rali Dakar. Ela correu na categoria T3, ao lado do navegador Cadu Sachs. A edição aconteceu na Arábia Saudita e terminou neste domingo (15). Além de Bozzano, outras 51 mulheres de diversas nações estiveram nas provas que passaram por terrenos do Golfo Árabe.
Apesar de não ter conseguido completar uma das corridas por problemas técnicos com o carro, a dupla de Bozzano completou 14 etapas do rali. Antes do Dakar, a brasileira já competiu em provas como o Rali dos Sertões e o South American Rally Race (SARR), na Argentina. Mas para a corrida em solo saudita ela fez um treinamento especial. “Fiz uma preparação física e mental muito boa para poder aguentar todos esses dias de rali”, contou Bozzano em entrevista à ANBA.
Nas corridas em si, a piloto passou por altos e baixos, com tipos de rotas já conhecidas e outros que foram uma novidade para ela. “Os primeiros dias foram mais tranquilos para mim, foram terrenos parecidos com a Argentina onde corri ano passado. Mas, sem dúvida nenhuma, as dunas para mim foram bem difíceis, apesar de eu ter feito um curso de pilotagem no Peru ano passado, chegar e dar de cara na competição com dunas muito altas e fofas foram uma grande dificuldade”, revelou ela.
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Como a primeira piloto mulher do Brasil a participar a competição, Bozzano explica que, apesar disso, encontrou no Dakar um espaço maior presença feminina. “Diferente do Brasil, aqui você encontra muito mais mulheres tanto na competição como na participação do evento, achei sensacional ver tantas mulheres. Claro que em relação ao número de homens ainda somos poucas, mas acredito que está crescendo cada vez mais”, argumentou a catarinense.
Por fim, quando questionada sobre o que leva do Rali Dakar de 2023, a brasileira aponta novos conhecimento e metas. “Trago de volta na bagagem muito aprendizado, ver que não depende só de mim e da pilotagem, o carro tem que estar todos os dias em perfeitas condições, infelizmente é uma prova de muito desgastante tanto para nós como para o carro”, contou Bozzano. Já entre as metas da piloto estão retornar para o Dakar e completar todas as etapas especiais na próxima vez. “E, ainda, correr um Baja1000 sozinha”, avisa ela, sobre outra competição de longa duração que a brasileira planeja desbravar.
Brasil no podium
E o time de brasileiros competindo neste ano chegou a 10 deles registrados no ranking do Rali Dakar. Entre eles, o navegador Gustavo Gugelmin, ao lado do piloto americano Austin Jones, se sagrou vencedor da competição na na categoria T3 dos UTVs. O Dakar informou, ainda, que o brasileiro Lucas Moraes é o primeiro estreante a entrar no top 3 da corrida automobilística desde a vitória de Juha Kankkunen, em 1988.
Outros brasileiros competindo na Arábia Saudita foram Marcelo Medeiros, Bruno Conti de Oliveira, Pedro Bianchi Prata, Rodrigo Luppi de Oliveira, Maykel Justo, Cristiano Batista, Enio Bozzano Junior e Luciano Gomes.
Publicado originalmente em Anba