Tor Wennesland, enviado da ONU para Oriente Médio, disse esta quarta-feira (18) que provocações entre israelenses e palestinos reduzem chances de sucesso de negociações; discurso no Conselho de Segurança expressa expectativas de uma atuação conjunta com o governo do novo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que tomou posse em dezembro.
A escalada da retórica política e inflamatória, associada ao aumento da violência na Cisjordânia, mantém israelenses e palestinos ainda em rota de colisão.
As consequências da situação são potencialmente graves, segundo o coordenador da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland.
Negociações bem-sucedidas
No Conselho de Segurança, o enviado disse que é urgente ter uma liderança política corajosa para se gerar o impulso necessário para transformar a dinâmica atual na região.
O apelo feito a Israel e aos Territórios Palestinos é que evitem se envolver em provocações que reduzam as chances de negociações bem-sucedidas.
Para o enviado, é fundamental que ambos os lados se abstenham de provocações e medidas unilaterais – inclusive nos locais sagrados de Jerusalém – que minam a estabilidade e a capacidade de alcançar uma paz negociada.
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Wennesland reiterou o pedido de medidas concretas imediatas das partes envolvidas para “reverter as tendências negativas no terreno, fortalecer a Autoridade Palestina e melhorar o acesso e o movimento dos palestinos”.
O governo israelense congelou as atividades de construção palestinas na Área C na Cisjordânia e reteve US$ 39 milhões em impostos que Israel arrecados em nome da Autoridade Palestina.
Novo governo israelense
O enviado pediu que se dê prioridade ao fim da violência, à prevenção de mortes e se recue nas “tendências negativas no terreno”, tendo em mente a meta final de acabar com a ocupação, resolver o conflito e concretizar uma solução de dois Estados.
Tor Wennesland mencionou o início de funções do novo governo israelense liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com quem disse esperar continuar a colaboração. A posse do executivo foi em finais de dezembro.
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Apesar dos desafios complexos na região, Wennesland pediu que haja uma redução de tensões e a tomada de passos concretos no sentido de se estabelecer um horizonte político alinhado com as prioridades identificadas na região.
Publicado originalmente em ONU News