Na madrugada desta quinta-feira (19), autoridades de Israel libertaram Maher Younis (63), após 40 anos de prisão. Younis, um dos prisioneiros mais antigos do estado sionista, foi solto de uma cadeia no Negev (Naqab) para retornar a A’ra, no triângulo norte dos territórios ocupados.
Primeiro, no entanto, decidiu visitar o túmulo de seu pai, que faleceu em 2008.
“Desejamos a libertação de todos os prisioneiros e esperamos vê-los em boa saúde”, comentou Younis em seu primeiro pronunciamento público. “O maior presente que podemos dar a nosso povo é o caminho da reconciliação e liberdade. Tenho esperanças de ver minha terra livre”.
A população alegrou-se com a soltura, mas Israel proibiu qualquer celebração.
Fotos mostram soldados da ocupação ao redor da casa de Younis, para impedir comemorações. O Ministro de Segurança Pública Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, destacou o banimento de bandeiras palestinas em qualquer ocasião.
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Contudo, Karim Younis, primo de Maher, desafiou a ocupação ao afirmar que haverá uma festa digna do ex-prisioneiro. Nadim Younis, também da família, afirmou que cresce, a cada instante, o número de pessoas que chegam na aldeia para parabenizá-lo, mesmo antes de sua chegada.
Maher Younis deve, portanto, receber as boas-vindas de sua comunidade e seus conterrâneos.
Em entrevista à rede Arabi 21, Nadim observou, todavia, que a polícia israelense posicionou-se na área para impedir a festa, incluindo ao coibir qualquer tenda ou música.
Antes de soltá-lo, as forças israelenses mantiveram um rigoroso assédio contra Maher Younis – o prisioneiro foi retirado de sua cela sem aviso, submetido a interrogatório e ameaçado de nova prisão caso ignore as ordens de Ben-Gvir. Seus irmãos também foram interrogados.
Younis juntou-se ao partido Fatah ainda jovem e foi acusado pela morte de um soldado sionista e por porte de armas. Após ser preso em 1983, foi condenado à morte por enforcamento, junto de seus primos, Sami e Karim.
A pena foi reduzida por recurso a prisão perpétua. Em 2012, Karim e Maher voltaram a recorrer à justiça e obtiveram nova redução de pena a 40 anos em regime fechado.
As sanções impostas a Maher Younis em seu cárcere o impediram de ver o pai antes de falecer, em 2008. Os primos foram separados pela sentença.
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