Parlamentares jordanianos criticaram a resposta “fraca” de seu governo à proibição de entrada na Mesquita de Al-Aqsa imposta por Israel a Ghassam Majali, embaixador hachemita no estado vizinho. Na terça-feira (17), policiais abordaram Majali no Portão do Leão sob o pretexto de que não houvera coordenação com as autoridades sionistas.
Segundo a rádio estatal israelense KAN, a polícia insiste que a entrada do diplomata jordaniano não foi negada, mas brevemente adiada.
Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores em Amã convocou o embaixador israelense no país para protestar o incidente. Sinan Majali, porta-voz da chancelaria, afirmou que o emissário recebeu “uma incisiva carta de protesto a ser entregue imediatamente a seu governo”.
Entretanto, parlamentares jordanianos criticaram a resposta como “insuficiente”, dada a escala do “insulto” a seu embaixador.
O deputado Yanal Freihat reafirmou que a “resposta fraca” do governo encoraja Israel a escalar ainda mais seus ataques em Al-Aqsa, em detrimento da tutela legal de Amã sobre os santuários cristãos e islâmicos de Jerusalém ocupada.
Freihat destacou que uma reação contundente seria providencial à eventual revisão de políticas israelenses, ao dissuadir Tel Aviv de condutas lesivas à tutela jordaniana e práticas cujo objetivo é “judaizar” Jerusalém – isto é, apagar sua identidade árabe em favor de colonos.
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Freihat descreveu a expulsão do embaixador como tentativa do Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, notório por posições de extrema-direita, de impor fatos em campo, sem consideração com as relações com Amã.
Freihat pediu expulsão do enviado de Israel no reino e retirada de seu homólogo de Tel Aviv.
O deputado Musa Abu Tanish alertou que a conduta das autoridades israelenses foi intencional, como “golpe direto” ao Estado da Jordânia. Abu Tanish ecoou as demandas de Freihat e instou responsabilidade ao primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu.
Saeed Diab, líder do Partido de União Popular e Democrática da Jordânia, descreveu a restrição ao diplomata como “insulto à tutela hachemita e prova de que a ocupação não se importa com os limites requeridos pela Jordânia”.
Abla Abu Abla, chefe do Partido Popular Democrata, reiterou que proibir a visita de Majali a Al-Aqsa representa uma “mensagem violenta de terrorismo político e grave perigo à mesquita”, de modo que é preciso uma resposta mais contundente da monarquia.
A Jordânia tem tutela oficial dos santuários cristãos e islâmicos de Jerusalém, reconhecida pela comunidade internacional, desde 1924.