O governo da Suécia criticou a queima de uma cópia do Alcorão por Rasmus Paludan, chefe do partido dinamarquês de extrema-direita Stram Kurs (Linha Dura); contudo, insistiu em defender sua decisão de permitir o crime de ódio nas ruas de Estocolmo, perto da embaixada da Turquia.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“A liberdade de expressão é parte fundamental da democracia”, comentou o premiê sueco Ulf Kristersson em sua página do Twitter, no último sábado (21). “Porém, o que é legal nem sempre é necessariamente adequado”.
“Queimar livros sagrados a muitas pessoas é um ato profundamente desrespeitoso”, reafirmou. “Quero manifestar minha solidariedade a todos os muçulmanos que se sentiram ofendidos pelo que aconteceu em Estocolmo hoje”.
De sua parte, o ministro de Relações Exteriores Tobias Billstrom iterou no Twitter: “Provocações islamofóbicas são aterradoras. A Suécia tem liberdade de expressão bastante abrangente, mas não significa que o governo apoie as opiniões emitidas”.
Paludan realizou a queima do Alcorão na capital do país, sob rigorosa escolta policial.
Em resposta, a Turquia cancelou a visita do ministro da Defesa da Suécia Pal Jonson e convocou o embaixador europeu em Ancara, Staffan Herrstrom, para “condenar veementemente o ato, como evidente discurso de ódio, de modo que a atitude de Estocolmo é inaceitável, ao permitir ofensas indefensáveis, mesmo sob o pretexto de liberdades democráticas”.
O episódio calha com negociações entre Finlândia e Suécia, por um lado, e Turquia, por outro, para que os estados nórdicos integrem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). É preciso ratificação de Ancara, como estado-membro com poder de veto.
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