Nesta quarta-feira (25), a Mesquita de Al-Azhar, no Cairo, capital do Egito, fez um apelo a países árabes e islâmicos para que boicotem produtos da Holanda e Suécia “em apoio ao Alcorão”.
Em nota, a instituição conclamou uma “postura firme e unificada em apoio ao Livro de Deus … e resposta apropriada a ambos os governos pelo insulto deferido a 1.5 milhão de muçulmanos”.
O comunicado reafirmou que ambos os países protegeram crimes “bárbaros e desprezíveis” de queimas recentes do livro sagrado, por militantes de extrema-direita, sob pretexto da liberdade de expressão.
A mesquita destacou a “necessidade de nações árabes e islâmica de se comprometerem a este boicote e conscientizar crianças, jovens e mulheres sobre a matéria”. O alerta insistiu que “toda relutância ou negligência quanto à pauta é fracasso explícito em aderir a sua religião”.
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“Estes depravados”, acrescentou o comunicado, “não entendem o valor da fé e nada sabem do Islã, mas decidem provocar os muçulmanos ao ofendê-los; ao que parece, não serão capazes de compreender a extensão de nossos valores até que enfrentem implicações financeiras, a única linguagem que verdadeiramente entendem”.
Na segunda-feira (23), Edwin Wagensveld, líder do grupo extremista Pegida – Holanda (da sigla alemão, Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente) queimou uma cópia do Alcorão na cidade de Haia, três meses após sua prisão por uma manifestação semelhante.
No sábado (21), foi a vez do sueco-dinamarquês Ramus Paludan, do partido de extrema-direita Stram Kurs (Linha Dura), radicado em Copenhagen, que realizou a queima em Estocolmo, perto da embaixada da Turquia, sob escolta policial.
Após a Turquia cancelar visitas ministeriais da Suécia a sua capital, em meio a negociações para que o país escandinavo entre na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o governo em Estocolmo alegou repúdio a Paludan, mas insistiu defender sua “liberdade de expressão”.
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