Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Investigação indica “motivos razoáveis” de uso de armas químicas em Duma, na Síria

Pessoas participam de um protesto para condenar o suspeito ataque de gás químico das forças do regime de Assad em Istambul, Turquia, em 4 de abril de 2017. [Abdullah Coşkun/Anadolu Agency]
Pessoas participam de um protesto para condenar o suspeito ataque de gás químico das forças do regime de Assad em Istambul, Turquia, em 4 de abril de 2017. [Abdullah Coşkun/Anadolu Agency]

Uma investigação da Organização para a Proibição de Armas Químicas, Opaq, concluiu que pelo menos um helicóptero militar sírio lançou cilindros de gás contra prédios residenciais na cidade de Duma.

O foco da apuração de quase dois anos foi o incidente de 7 de abril de 2018 na área controlada por rebeldes. Pelo menos 43 pessoas morreram e dezenas foram afetadas.

Compromisso juridicamente vinculativo

O diretor da Opaq, Fernando Arias, relembra que a Convenção de Proibição de Armas Químicas, assinada há 30 anos, representa um compromisso juridicamente vinculativo de 193 Estados-Partes de banir completamente as armas químicas.

Ele destaca que a Secretaria Técnica recebeu um mandato da Conferência dos Estados-Partes, em junho de 2018 para identificar os autores do uso de armas químicas na Síria e destacou que “o relatório cumpre esse mandato.”

Entrevistas a testemunhas

O estudo, entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, envolveu uma análise técnica de 70 amostras biológicas e ambientais, imagens de satélite, 66 entrevistas com testemunhas e testes balísticos e de munições.

A Opaq revela que pelo menos um helicóptero da Unidade de Elite das Forças do Tigre Sírio havia lançado os “dois cilindros amarelos contendo gás cloro tóxico em dois prédios de apartamentos em uma área habitada por civis em Duma”.

O diretor-geral da Opaq, Fernando Arias, disse que “o mundo agora conhece os fatos” e deixou ao critério da comunidade internacional “agir, na Opaq e em outras partes.”

LEIA: Relembrando os ataques químicos de Douma

O tipo de conclusão, obtida com base em “motivos razoáveis”, é o padrão de prova consistentemente adotado por órgãos internacionais de investigação e comissões de inquérito”.

O diretor-geral da entidade destacou ainda que o uso de armas químicas em Duma, e em qualquer lugar, é inaceitável e uma violação do direito internacional.

Dependência de auxílio alimentar

Ainda sobre a Síria, em nota separada, o diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos, PMA, fez um apelo para que o mundo invista no povo e nas comunidades sírias para que eles deixem de depender de assistência alimentar.

Em visita à capital do país, Damasco, David Beasley advertiu que se a crise humanitária síria não for resolvida, a situação deverá piorar além do que se possa imaginar.

Ele questionou se haveria interesse internacional numa possível onda de migração em massa como a que ocorreu na Europa em 2015.

Catástrofe iminente

Para evitar o problema, Beasley pediu urgência mundial em aproveitar a oportunidade de evitar a catástrofe iminente e trabalhar em conjunto pela paz e estabilidade dos sírios.

O PMA destaca que em 12 anos de conflito, a Síria enfrenta uma inflação descontrolada, a desvalorização da moeda em nível recorde, a alta de preços dos alimentos e 12 milhões de pessoas sem saber se terá o que comer.

A agência alerta ainda sobre os 2,9 milhões de pessoas correndo o risco de passar fome, que fariam subir para 70% da população a proporção de pessoas sem comida na mesa para suas famílias.

Publicado originalmente em ONU News

Categorias
NotíciaONUOrganizações InternacionaisOriente MédioSíria
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments