A mídia israelense preconizou neste sábado (28) a eventual eclosão de uma terceira Intifada em meio a uma nova escalada de tensões nos territórios palestinos ocupados.
As informações são da agência Anadolu.
Na sexta-feira (27), sete colonos israelenses foram mortos em um assentamento ilegal instalado na região ocupada de Jerusalém Oriental. No dia anterior, nove palestinos foram executados e dezenas ficaram feridos após uma invasão militar israelense ao campo de refugiados de Jenin.
O correspondente militar Ron Ben-Yishai afirmou ao jornal Yedioth Ahronoth que o ataque aos colonos foi “sem dúvida” retaliação pelo massacre realizado em Jenin. “Israel deve evitar novas operações ou retaliação de extremistas judeus em Jerusalém”, alertou Ben-Yishai.
“É possível fazê-lo ao encher a área de forças israelenses, mas evitando operações militares nas cidades palestinas, por enquanto”, acrescentou o comentarista, embora a presença de soldados e colonos seja ilegal em terras palestinas e incorra justamente nas tensões.
Mochilão MEMO: O massacre em Jenin
A lei internacional denuncia as ações israelenses em Jerusalém e na Cisjordânia como ocupação e prevê a legalidade de todas as formas de resistência, incluindo a resistência armada.
Ben-Yishai afirmou que os incidentes recentes em Jenin e Jerusalém “podem chegar ao nível de violência extrema, relativamente restrita nos últimos meses, ao ponto de tornar-se um levante de massa de palestinos e judeus extremistas”.
Ben-Yishai, contudo, ignorou a escalada de ataques coloniais em 2022, um dos anos mais letais para os palestinos na Cisjordânia ocupada. Em menos de um mês desde o início de 2023, quase 30 palestinos foram executados por Israel.
Ben-Yishai advertiu também que qualquer operação de larga escalada ratificada pelo gabinete de segurança israelense “alimentará as chamas ao invés de pacificar a região”.
“Nenhuma operação nas cidades palestinas ou nos bairros de Jerusalém Oriental deve angariar resultados consideráveis e pode levar apenas como catalisador de um novo levante”, concluiu o correspondente militar.
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