O secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken chegou à Cisjordânia nesta terça-feira (31), durante turnê à região na qual reforçou apelos pelo fim da violência e insistiu na chamada “solução de dois estados” para Israel e Palestina. As informações são da agência Reuters.
Blinken pediu calma a “ambos os lados”, após uma escalada na última semana, que teve início com uma chacina israelense no campo de refugiados de Jenin, com dez mortos e 20 feridos. No dia seguinte, soldados sionistas executaram um suspeito palestino de matar a tiros sete colonos em Jerusalém Oriental.
Blinken ecoou sua mensagem durante encontro com o presidente da Autoridade Palestina (AP) Mahmoud Abbas, na cidade de Ramallah.
Na última semana, após a operação militar de Israel em Jenin, a AP suspendeu sua cooperação de segurança com a ocupação. A medida é o ápice de meses de alertas da liderança política em Ramallah contra uma escalada da violência colonial na Cisjordânia.
Apenas em janeiro, ao menos 35 palestinos foram mortos pelas tropas da ocupação, o mês mais letal desde 2015. Ataques de colonos contra propriedades palestinas também aumentaram.
Blinken planeja reafirmar promessas de Washington em apoio à economia palestina, que ainda depende de socorro internacional.
LEIA: Palestinos. A solução final
Antes de encontrar-se com Abbas, o chanceler visitou Deir Dibwan, cidade perto de Ramallah que abriga muitos concidadãos americanos, para encontrar-se com empresários e membros da sociedade civil.
Promessa de dois estados se evapora
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, de volta ao poder sob coalizão de extrema-direita, reforçou o contingente militar na Cisjordânia ocupada e prometeu armar e fortificar os assentamentos ilegais.
Na terça-feira, Blinken conversou também com o ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant para tratar da colaboração entre as partes contra o programa nuclear iraniano, além da situação na Cisjordânia.
Esperanças de uma “solução de dois estados”, com um Estado palestino independente ao lado do regime colonial sionista, praticamente desapareceram, após quase dez anos de negociações paralisadas pela intransigência de sucessivos governos ocupantes.
A última rodada de conversas mediadas por Washington ocorreu em 2014.
O governo democrata de Joe Biden prometeu restabelecer um consulado em Jerusalém para os palestinos, fechado por seu antecessor, o republicano Donald Trump. No entanto, sem medidas efetivas até então.
ASSISTA: EUA recusam-se a chamar Cisjordânia de território ocupado