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Oposição turca pretende reduzir poderes do presidente, revela manifesto

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan em Ancara, Turquia, em 20 de abril de 2022 [Adem Aldem/AFP via Getty Images]

A Nation Alliance anunciou na segunda-feira um memorando de entendimento sobre “políticas comuns”, que resume os planos da oposição em caso de vitória nas eleições.

O documento analisa questões relativas ao direito, poder judicial, gestão do país, combate à corrupção, transparência, economia, inovação, transformação digital, política externa, defesa, segurança e imigração.

Abaixo estão algumas das medidas mais importantes que a oposição adotará se for eleita:

Mandato e poderes do presidente

De acordo com o MOU, o mandato do presidente será de sete anos, devendo o presidente ser desligado de seu partido e não retornar à atividade política após o término deste mandato.

Seu direito de vetar decisões também será abolido e, em vez disso, ele poderá devolver as leis ao parlamento para rediscussão. Também seria revogado o seu poder de decretar, ao mesmo tempo que o estado de emergência no país seria limitado, com duração reduzida de seis para dois meses.

Direito, justiça e poder judiciário

“Passaremos para um sistema parlamentar fortalecido para um sistema forte, liberal, democrático e justo, no qual a separação de poderes seja implementada, além de um corpo legislativo efetivo e participativo, juntamente com um poder executivo estável, transparente e responsável, e um poder executivo independente e um  judiciário imparcial”, disse o documento.

“Vamos começar imediatamente a implementar as mudanças constitucionais e legais necessárias, em conformidade com o sistema parlamentar fortalecido”, acrescenta o documento.

A oposição prometeu redefinir os conceitos de “segredos de Estado” e “segredos comerciais” de uma forma que não entrem em conflito com os poderes do parlamento para obter as informações necessárias.

ASSISTA: Erdogan diz a Suécia para não esperar apoio a entrada na OTAN

A Nation Alliance prometeu diminuir o limite eleitoral para três por cento e exigir a obtenção da aprovação do parlamento para abrir casos relacionados à proibição de partidos políticos.

Combate à corrupção

O documento refere à criação de uma comissão de investigação de corrupção filiada ao parlamento, a devolução dos rendimentos obtidos com a corrupção e contrabandeados para o estrangeiro, e a criação de um gabinete de recuperação de bens relacionados com esta matéria.

Comprometeu-se a cumprir as regras da Força-Tarefa de Ação Financeira (GAFI) e remover a Turquia da “Lista Cinza” da UE, afirmando que trabalhará para banir seu status de paraíso fiscal, usado como meio de lavagem de dinheiro.

A oposição aboliria o Fundo Soberano Turco, criado em 2016, e separaria o Tesouro do Ministério das Finanças. Também estabeleceria novos ministérios, incluindo o Ministério da Ciência e Inovação e o Ministério da Urbanização e Combate a Desastres Naturais.

Buscará desenvolver a Turquia e transformá-la em um país de alta renda por meio de uma estratégia sustentável e ampla que se concentre na transformação verde e na revolução digital, investimento, emprego, eficiência e tecnologia.

A oposição também prometeu trabalhar para reduzir permanentemente a inflação para um único dígito dentro de dois anos e prometeu restaurar o domínio e a estabilidade da lira turca.

Política estrangeira

O documento revela que a oposição trabalhará para concluir o processo de adesão à UE no âmbito do diálogo e da igualdade com os países e instituições relevantes e trabalhará para revisar a readmissão de 2014 e o acordo de refugiados de 2016.

O texto promete cumprir a Convenção Européia de Direitos Humanos (ECHR) e implementar suas decisões, e continuar as contribuições da Turquia dentro da OTAN, preservando os interesses nacionais.

A Turquia, acrescentaram, continuaria a cumprir a política de não interferência nos assuntos internos dos países da região.

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