Varios partidos sudaneses rejeitaram a normalização dos laços entre seu país e Israel, informou a Agência Anadolu na sexta-feira.
Lideranças reagiram ao anúncio feito pelo Ministério das Relações Exteriores do Sudão após uma visita do Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, a Cartum, afirmando: “Ficou acordado prosseguir com a normalização dos laços.”
Em nota oficial, a Corrente Islâmica Ampla, movimento formado por dez partidos, condenou esta medida, expressando o espanto dos sudaneses com a notícia da visita de Cohen a Cartum na quinta-feira.
A declaração confirmou que a reunião não foi a primeira realizada pelo chefe do exército sudanês Abdel Fattah Al-Burhan com líderes da ocupação israelense.
A mídia israelense informou na quarta-feira que o Sudão está a caminho de assinar oficialmente os acordos de normalização com a ocupação israelense.
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A Corrente Islâmica Ampla expressou seu espanto com a audácia do chefe do exército, que não possui nenhum mandato que o autorize a tratar de questões críticas que nenhum partido tem o direito de decidir sem mandato popular.
A coalizão partidária reiterou a sua rejeição de qualquer relação com Israel à luz da ocupação da Palestina e da profanação das santidades muçulmanas.
Também rejeitou o que está acontecendo agora em relação às complicações no cenário político sudanês, deixando claro que tais complicações foram feitas especificamente para aprovar esses acordos corruptos.
A corrente apelou ao povo sudanês para que rejeite a política de facto por trás da qual os partidos e países procuram colocar o Sudão de joelhos, enfraquecendo-o e levando-o à humilhante normalização pela força.
Advertiu a autoridade de transição no poder contra prosseguir neste caminho perdido e vender a vontade de todo um povo que anseia por liberdade, dignidade e vida digna.
O porta-voz oficial da Associação dos Profissionais Sudaneses, Al-Waleed Ali, também rejeitou a normalização das relações entre o Conselho de Transição no Sudão e Israel.
Ele disse à TV Al-Mayadeen que Al-Burhan é “o chefe de um conselho autoritário que recorreu a partidos externos para apoiar sua tirania.”
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