VII Cumbre de la @PPT_CELAC | Unidos, podemos tener una fuerza arrolladora.
Para lograrlo, toda América Latina y el Caribe deben integrarse en una sola región que defienda los mismos intereses para el crecimiento de nuestros pueblos. pic.twitter.com/RcHqycwWLV
— Alberto Fernández (@alferdez) January 25, 2023
Na Celac, presidente argentino Alberto Fernandez pede união da América Latina [Twitter]
Ao que tudo indica, a volta da esquerda na América Latina já começa a dar frutos após a expectativa de que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) provocará uma mudança profunda no cenário político latino-americano e uma ameaça real à hegemonia dos Estados Unidos na região. Internacionalmente, uma vitória de Lula representou o último de uma série de triunfos para uma esquerda ressurgente na América Latina após a eleição de líderes esquerdistas na Argentina, Bolívia, México, Colômbia e Chile.
As comunidades palestinas na América Latina também estavam certas de que a vitória de Lula seria fundamentalmente diferente do que haviam sofrido durante a era do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em uma declaração conjunta, os governos da Argentina, Brasil, Chile e México expressaram sua profunda preocupação com a decisão do governo israelense de extrema-direita de legalizar novos postos avançados e construir 10.000 casas em assentamentos na Cisjordânia ocupada. Os quatro governos instaram em comunicado conjunto que essas medidas unilaterais constituem graves violações do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), especificamente a Resolução nº 2334/2016, além de alimentar as tensões atuais.
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“Nossos governos expressam sua oposição a qualquer ação que comprometa a viabilidade da solução de dois Estados em que Israel e Palestina possam compartilhar fronteiras seguras e reconhecidas, respeitando os direitos legítimos dos povos de viver em paz. Os governos da Argentina, Brasil, Chile e o México pedem para abster-se de atos e provocações que possam promover uma nova escalada de violência e retomar as negociações para chegar a uma solução pacífica para o conflito”, afirmou o comunicado conjunto.
Comunicade palestina no Chile repercute a nota contra os assentamentos ilegais de Israel [Twitter]
A mudança na atitude da América Latina em relação à Palestina simboliza uma influência palestina mais forte na região. Pessoas em toda a América Latina expressaram sua solidariedade com a Palestina e sua rejeição aos crimes contínuos de Israel contra o povo palestino e a humanidade. A América Latina mostrou sua solidariedade por meio de declarações do governo, seminários educacionais e milhões de manifestantes demonstrando sua unidade com a Palestina.
O Chile, que abriga a maior e uma das mais antigas comunidades palestinas fora do mundo árabe, com quase meio milhão de pessoas de origem palestina, nunca deixou de apoiar a causa palestina, principalmente após a vitória do presidente chileno Gabriel Boric na eleições. Dia após dia, a postura de Boric em relação à causa palestina, mesmo após assumir a presidência, representa um grande renascimento para os palestinos do Chile e uma nova era para o Chile e países vizinhos.
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Boric chegou a anunciar que seu país elevaria seu nível de representação nos territórios palestinos a uma embaixada para estabelecer relações bilaterais entre a Palestina e o Chile, atualmente representado apenas por um encarregado de negócios. Entre dez países latino-americanos, o Chile será o primeiro a abrir uma embaixada na Palestina, enquanto os demais contam apenas com consulados e escritórios de representação.
Comunidade palestina no Chile repercute a nota contra os assentamentos ilegais de Israel [Instagram]
A Argentina também não está longe do Chile no apoio à causa palestina. Com os ataques israelenses em andamento em sua terra natal, os palestinos que vivem na Argentina sabem que têm o dever de defender sua terra, conscientizar sobre o que está acontecendo na Palestina e buscar apresentar uma representação mais ampla e representativa de sua terra e de seu povo.
A Argentina, que reconheceu o Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967 em dezembro de 2010, emitiu uma declaração conjunta como um lembrete de uma política de estado para acabar com a ocupação e libertar o Estado palestino. Depois de reconhecer o Estado da Palestina há 13 anos, a Argentina passou a apoiar o país ocupado em fóruns internacionais, votando a favor de que a ONU investigue abusos de direitos humanos nos territórios palestinos. A existência da Palestina e de seu povo é sentida em todos os lugares, em todas as esferas da vida: cultura, turismo, política, comércio, academia, esportes e na diplomacia da Argentina.
Ato convocado pelo Comitê Argentino de Solidariedade com o Povo Palestino em protesto contra os assentamentos ilegais de Israel [Instagram]
O México, um país que historicamente sempre apoiou a Palestina, juntou-se à declaração conjunta e expressou sua raiva pelas contínuas violações contra os palestinos nas mãos das autoridades de ocupação israelenses.
Este não é um passo estranho para o México, já que no ano passado, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, dirigiu-se ao Conselho de Segurança da ONU, onde pediu: “Consolidação de um Estado Palestino política e economicamente viável”. Ebrard expressou a posição do México sobre o assunto, condenando a expansão de assentamentos judaicos ilegais, a demolição de estruturas palestinas e os ataques israelenses a Gaza.
In a joint statement released yesterday, the governments of Argentina, Brazil, Chile, and Mexico expressed their deep concern over the far-right Israeli government's decision to legalize new outposts and construct 10,000 homes in settlements in the occupied West Bank. pic.twitter.com/BDh24DOrUK
— In Palestine- Today (@IPalToday) February 18, 2023
In Palestine Today repercute a nota contra os assentamentos ilegais de Israel [Twitter]
Com a ascensão da esquerda na América Latina, a base de apoio público e governamental à causa palestina aumenta a cada dia. A onda de solidariedade que varre os países latinos não será apenas uma fase passageira, mas os ativistas solidários continuarão a luta pelos direitos dos palestinos até que a brutal ocupação militar de Israel finalmente termine.
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