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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Conselho de Segurança da ONU denuncia Israel em comunicado

Reunião do Conselho de Segurança da ONU na cidade de Nova York, EUA, 28 de fevereiro de 2022 [Tayfun Coşkun/Agência Anadolu]

O Conselho de Segurança da ONU emitiu uma declaração formal na segunda-feira denunciando o plano de Israel de expandir os assentamentos no Território Palestino Ocupado. Esta é a primeira ação que os Estados Unidos permitiram que o órgão tome  contra seu aliado, Israel, em seis anos, informou a Reuters.

O apoio de Washington à declaração presidencial –  que só pode ser tomada por consenso dos 15 membros do Conselho  – veio depois que os Emirados Árabes Unidos disseram que não colocariam um projeto de resolução mais forte sobre o assunto em votação, uma medida que poderia ter levado ao veto dos EUA.

“O Conselho de Segurança reitera que as contínuas atividades de assentamentos israelenses estão colocando perigosamente em perigo a viabilidade da solução de dois Estados baseada nas linhas de 1967“, disse o Conselho no comunicado. “O Conselho de Segurança expressa profunda preocupação e consternação com o anúncio de Israel em 12 de fevereiro.”

Em contraste, o projeto de resolução que não foi colocado a voto, visto pela Reuters, exigiria que Israel “cessasse imediata e completamente todas as atividades de assentamento no Território Palestino Ocupado”. As resoluções precisam de nove votos a favor e nenhum veto dos Estados Unidos, Rússia, China, França ou Grã-Bretanha para serem adotadas.

LEIA: Emirados Árabes desistem de resolução na ONU contra assentamentos de Israel, após acordo mediado pelos EUA

O governo de coalizão religioso-nacionalista de Israel em 12 de fevereiro concedeu autorização retroativa a nove postos avançados de colonos que foram erguidos sem a aprovação do governo, irritando os palestinos, que querem a Cisjordânia como um futuro estado.

Os Emirados Árabes Unidos disseram aos colegas do Conselho de Segurança no domingo que não colocariam o projeto de resolução em votação na segunda-feira “dadas as conversas positivas entre as partes”.

Israel destrói casas palestinas e aprova novas casas de assentamentos israelenses – Charge [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na segunda-feira que Israel não autorizará novos assentamentos na Cisjordânia ocupada nos próximos meses.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse ao Conselho de Segurança que os Estados Unidos se opõem aos planos de assentamento de Israel anunciados em 12 de fevereiro.

“Essas medidas unilaterais exacerbam as tensões. Elas prejudicam a confiança entre as partes. Elas minam as perspectivas de uma solução negociada de dois Estados. Os Estados Unidos não apóiam essas ações, ponto final”, disse ela.

Thomas-Greenfield descreveu a declaração presidencial como “diplomacia real em ação” que mostra a seriedade com que o Conselho “leva essas ameaças à paz”, acrescentando: “Os Estados Unidos se juntaram a outros membros deste Conselho para pedir a israelenses e palestinos que tomem as medidas urgentes e medidas necessárias para restaurar a calma e melhorar a qualidade de vida de seu povo.”

Em dezembro de 2016, o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, se absteve em uma votação do Conselho de Segurança, permitindo que o órgão adotasse uma resolução que exigia que Israel parasse de construir assentamentos.

A maioria das potências mundiais vê como ilegais os assentamentos que Israel construiu em terras que capturou em uma guerra de 1967 com as potências árabes. Israel contesta isso e cita ligações bíblicas, históricas e políticas com a Cisjordânia, bem como interesses de segurança.

LEIA: Guterres reitera que todos os assentamentos são ilegais sob o direito internacional

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