O secretário-geral das Nações Unidas marcou esta quinta-feira os momentos finais da visita ao Iraque com cidadãos do país que acabam de ser repatriados do campo de Al-Hol, na Síria.
A partir do Centro de Reabilitação de Jedá, António Guterres enviou uma mensagem a todos os países com pessoas na mesma situação: para que possam ativar esforços para facilitar o repatriamento seguro e digno dos seus cidadãos.
Diplomacia e diálogo
Para o líder das Nações Unidas, o Iraque é um exemplo de que repatriações responsáveis são possíveis, encontrando soluções dignas associadas aos princípios da responsabilidade e da reintegração. Mais de metade dos residentes do local têm menos de 12 anos de idade.
Para ele, existe uma janela de oportunidade para o progresso com base na diplomacia e no diálogo para a promoção da paz, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável.
Guterres se reuniu com o presidente, o primeiro-ministro, o titular das Relações Exteriores e o presidente do Conselho de Representantes e membros da sociedade civil iraquiana.
ASSISTA: A Guerra do Iraque: 20 anos desde que o Reino Unido disse ‘não’
Ele assinalou ainda a solidariedade e o apoio dos iraquianos às vítimas dos terremotos na Turquia e na Síria, que mataram mais de 47 mil pessoas.
Focos de ação
Sobre a agenda do novo governo, o secretário-geral assegurou que a organização apoiaria as ações em favor dos iraquianos através da Missão das Nações Unidas no Iraque e da equipe da ONU no país.
A prioridade de atuação será para fortalecer as instituições democráticas e a governança para construir confiança. Entre outros focos de ação estão melhorar os serviços públicos e o combate à corrupção.
O chefe da ONU listou ainda a proteção dos direitos humanos, a responsabilização, o combate aos grupos armados fora do controle do Estado, o impulso à economia e a diversificação da dependência do Iraque das receitas do petróleo.
LEIA: Fugimos da guerra para morrer em um terremoto, diz mulher iraquiana em luto pela família na Turquia
Guterres assinalou a parceria para reduzir os altos níveis de desemprego e criar oportunidades de trabalho decente para os jovens, além do apoio à resiliência contra choques climáticos e escassez de água que afetam o país.
Contribuição do Iraque para a civilização global
O discurso do secretário-geral ressaltou que a unidade nacional e a resposta aos interesses do povo iraquiano devem ser prioridades para os novos representantes eleitos.
Na quarta-feira, ele esteve no Museu Nacional do Iraque, em Bagdá, onde elogiou a contribuição do Iraque para a civilização mundial.
António Guterres destacou a riqueza cultural milenar do país que teve milhares de artefatos contrabandeados para o exterior desde o agravamento do conflito, em 2003.
Publicado originalmente em ONU News