Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

HRW urge Egito a revogar sentenças abusivas do 5 de março

Centro Correcional e de Reabilitação na cidade de Badr, Egito, em 16 de janeiro de 2022 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

O governo egípcio deve anular as duras sentenças de prisão impostas em 5 de março, após um julgamento coletivo de 29 pessoas, destacou a organização internacional Human Rights Watch.

Os ativistas condenados pertencem à Coordenação Egípcia para Direitos e Liberdades (ECRF), submetidos a perseguição “única e exclusivamente por causa de sua mobilização pacífica”.

O Tribunal de Segurança do Estado de Emergência no Egito emitiu sentenças que variam de cinco anos a prisão perpétua por liderar ou se juntar a um “grupo terrorista” – neste caso, a ECRF, supostamente parte da Irmandade Muçulmana.

Entre os condenados estão Aisha Al-Shater, Houda Abdel Moneim, Ezzat Ghoneim, Mohamed Abu Horarira e o ex-secretário-geral do grupo, Mahmoud Hussein.

LEIA: Prisioneiro político al-Morsi é morto sob tortura no Egito

A maioria dos réus foi presa em 2018 como parte de uma repressão nacional abrangente à críticos e detratores do regime militar de Abdel Fattah el-Sisi.

Dois advogados, Ezzat Ghoneim e Mohamed Abu Horarira, foram condenados a 15 anos de prisão cada. A esposa de Abu Horarira, Aisha el-Shater, filha de Khairat el-Shater – líder da Irmandade Muçulmana – foi condenada a dez anos de prisão.

Após cumprirem a pena, os 29 réus serão colocados em liberdade condicional sob supervisão policial e permanecerão na lista de “terrorismo”, o que significa que serão proibidos de viajar e que seus bens serão congelados.

Como as sentenças foram emitidas por um tribunal de emergência, não cabe recurso. Apenas o presidente e general tem poder para anulá-las.

O tribunal também ordenou o fechamento da sede da organização.

LEIA: Hashtag em árabe pela renúncia de Sisi viraliza no Twitter

Os julgamentos em massa foram amplamente criticados por grupos de direitos humanos. Réus costumam ser presos arbitrariamente com pouca ou nenhuma justificativa; seus casos não são ouvidos individualmente. A tortura é comum para extrair confissões.

As sentenças abusivas mostram que o governo de Sisi “não leva a sério quaisquer reformas”, destacou Eric Goldstein, diretor do HRW para Oriente Médio e Norte da África. “Para as autoridades, o ativismo pacífico deve ser reprimido e castigado”.

Categorias
ÁfricaEgitoHRWNotíciaOrganizações Internacionais
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments